Devocional 04\09\2020 O PERIGO DA INDISPOSIÇÃO ESPIRITUAL

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

04\09\2020

TÍTULO

O PERIGO DA INDISPOSIÇÃO ESPIRITUAL

TEXTO

Dentre os males que atingem a vida espiritual dos filhos de Deus, poucos deles são mais nocivos do que a indisposição. Negar-se a tomar as atitudes necessárias para a saúde da alma dão início a um processo de decadência espiritual que acaba por instalar a anemia profunda em nosso discernimento, chegando ao ponto em que nos veremos faltos de força para reagir por nós mesmos. Há pelo menos quatro faces da indisposição espiritual que faremos bem em avaliar se estão presentes em nós e enquanto há tempo tomarmos as medidas necessárias.

Uma destas pedras de tropeço tem sido a indisposição para pensar. Grande parte dos filhos de Deus preferiria que a Bíblia tratasse de cada por menor de nossa vida, nos poupando a necessidade de refletirmos e pensarmos a respeito das consequências de nossas atitudes. Exortações como a do Salmo 1 parecem pesadas demais para alguns “antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”. O auto exame requerido ao celebrarmos a ceia do Senhor e a exortação do apóstolo Paulo em sua segunda carta aos coríntios parecem desnecessárias “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos”. Não é estranho que o salmista assim compare tal comportamento “Não sejas como o cavalo, nem como a mula, que não tem entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti”.

Da mesma forma a indisposição para acatar sábios conselhos encontra-se entre as mais práticas formas de dano próprio. Não é de hoje que consequências danosas tem caído sobre o povo de Deus como consequência de sua indisposição em receber conselhos. Em Deuteronômio o próprio Senhor advertiu a seu povo Israel “Porque são gente falta de conselhos, e neles não há entendimento. Quem dera eles fossem sábios! Que isso entendessem, e atentassem para o seu fim!”. Tal questão seria certamente evitada se déssemos ouvidos ao sábio “Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança”.

A indisposição apresenta ainda uma forma imperceptível, porém maligna de ação, quando não nos dispomos a suspeitar de nós mesmos. É pelos lábios do profeta Jeremias que o Senhor nos adverte “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”. Também a pena do apóstolo Paulo foi usada para nos alertar “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um entre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação,”. Boa coisa é suspeitar de nossa própria força, vontade, interesses e motivações, a fim que a verdade revelada pelo salmista seja vista em nós “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento”.

Concluo com a vertente mais comum da indisposição vista nos filhos de Deus: a indisposição para esperar. A impaciência tem causado males infindos ao povo santo, roubando bençãos e gerando fardos pesados de se carregar. A semelhança de Abraão, cuja impaciência pela chegada do herdeiro o fez dar ouvidos ao insano conselho de sua mulher, gerando através de uma escrava os povos que castigam os descendentes de Israel até nossos dias, muitos crentes agem como incrédulos mesmo diante das promessas do Senhor “Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão, caminharão, e não se fatigarão”.

A disposição permanente é uma marca presente e ativa naqueles que buscam fazer a vontade de Deus.

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