Devocional 16\10\2020 EXPERIÊNCIAS HUMANAS E A AUTORIDADE DA PALAVRA DE DEUS
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
16\10\2020
TÍTULO
EXPERIÊNCIAS HUMANAS E A AUTORIDADE DA
PALAVRA DE DEUS
TEXTO
A saga de dores e sofrimento de Jó encontra-se
entre as narrativas mais conhecidas da Bíblia, contribuindo valorosamente para
a compreensão do que se passa na alma de um homem atingido pelo sofrimento sem
uma causa aparente que o justifique. É bom que entendamos que a mesma
perplexidade que se abate sobre nós ao tomarmos conhecimento desta história se
abateu sobre as pessoas que conheciam Jó, e especialmente sobre três de seus
amigos mais chegados: Elifaz o temanita, Bildade o suíta e Zofar o naamatita. Foram
eles que se achegaram a Jó no auge de seu sofrimento, assentaram-se durante
sete dias diante dele em silêncio, compartilhando da dor de seu amigo. Foi Jó
que quebrou este angustiante silêncio em seu primeiro discurso, narrado no
capítulo3, onde amaldiçoa o dia de seu nascimento. Em seguida Elifaz,
provavelmente por ser o mais velho dos três amigos, se manifesta também. É
sobre um argumento usado por este homem para dar crédito a sua explanação que
desejo discorrer.
Em suma, o argumento de
Elifaz se propõe a elucidar a razão do sofrimento de Jó, e sua conclusão é
apresentada no capítulo 4 “Lembra-te agora qual é o inocente
que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos?
Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade, e semeiam mal, segam o
mesmo”. Segundo Elifaz o sofrimento de Jó podia ser entendido por meio da lei
da semeadura e da colheita, Jó havia pecado e agora colhia os frutos de sua
iniquidade. A fim de fornecer autoridade a seu argumento, Elifaz cita uma
suposta experiência mística que experimentara “Uma coisa
me foi trazida em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. Entre
pensamentos vindos de visões da noite, quando cai sobre os
homens o sono profundo, Sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus
ossos estremeceram. Então um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar
os cabelos da minha carne. Parou ele, porém não conheci a sua feição; um vulto
estava diante dos meus olhos”. Isso
era tudo o que sustentava o argumento de Elifaz, uma experiência supostamente sobrenatural
que nem ele mesmo sabia explicar e aplicar.
Você já percebeu quantas pessoas
usam do mesmo argumento em nossos dias para salientar sua autoridade espiritual
que deve ser aceita pelos demais sem nenhum questionamento? Suas supostas
experiências espirituais, impossíveis de serem comprovadas, são seu argumento
irrefutável de que suas conclusões sobre os mais variados temas são certos e
inquestionáveis. Elifaz estava errado em sua conclusão, não são apenas os
ímpios que sofrem, Jó é uma prova que os justos também passam por provas e
tribulações, basta que observemos a vida do próprio Senhor Jesus. Ao fim foi
necessário que Jó intercedesse por ele e também pelos demais amigos, pois a ira
de Deus havia se levantado contra eles devido a insensatez de suas conclusões.
Elifaz foi sincero em sua
explanação? Sim, sem dúvida ele estava convencido tanto de sua experiência como
de seu julgamento, assim como há muitas pessoas sinceras que acreditam ter
vivido experiências místicas que lhe conferem uma posição superior as demais.
Como devemos proceder diante de tais fatos? É preciso reconhecer que a Bíblia é
a única fonte de doutrina e prática na vida cristã, sua autoridade é
inquestionável, acima de qualquer experiência sobrenatural, como nos diz o
apóstolo Paulo “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”. A Palavra de Deus está acima de tudo e de
todos.
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