Devocional 05\11\2020 A PRESENÇA DE DEUS ALÉM DO QUE SOMOS CAPAZES DE VER

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

05\11\2020                                                                                 

TÍTULO

A PRESENÇA DE DEUS ALÉM DO QUE SOMOS CAPAZES DE VER

TEXTO

É possível confiar em Deus mesmo quando não o percebemos? O aparente silêncio de Deus enquanto somos atribulados é algo inquietante para nossa frágil alma. Clamar a Deus e não obter resposta parece ser algo contraditório quando nos deparamos com a descrição de Deus nos salmos, tal como “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará” (Salmos 37.5). O Salmo 88 nos ajuda a entendermos este contexto enquanto narra o sofrimento de um homem que luta com uma enfermidade desde sua mocidade e então encontra-se na condição terminal de sua vida. Sua decadente condição física contrasta com uma vida de oração constante SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite” (Salmos 88.1). Mesmo os mais chegados amigos e familiares já perderam a esperança que ele venha a recuperar-se, como ele mesmo descreve no verso 4 “Estou contado com aqueles que descem ao abismo” (v. 4), estando ele ciente da condição terminal de sua doença, possivelmente a tão temida lepra “Estou fechado, e não posso sair” (v. 8). Mesmo assim ele não interrompe seu clamor Senhor, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos” (v. 9).

Já em estado terminal ele se dirige a Deus questionando quando ele virá em seu socorro “Mostrarás, tu, maravilhas aos mortos... Será anunciada a tua benignidade na sepultura... Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas” (v. 10 a 12). Sua pergunta é se Deus resolverá agir quando ele já estiver morto, sepultado e esquecido? Porém mesmo em meio a seu estado crítico ele não deixa de orar “Eu, porém, Senhor, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração” (v. 13). A semelhança de Jó, o enfermo busca uma resposta de Deus a seus questionamentos Senhor, por que rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?” (v.14), porém não há resposta. Seu longo período de penúria o perturba e ele se sente despedaçado diante de seus sofrimentos, que em sua mente encontram em Deus a sua causa “A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus terrores me têm retalhado”.  O fim chega sem que suas petições sejam atendidas e o salmo termina com um tom de lamento.

Você já percebeu como este fato se repete ao longo da história humana? Quantos enfermos conhecemos que percorreram este mesmo caminho, orando e clamando, sem que aparentemente Deus tenha agido em favor deles? Nos questionamos como a palavra de Deus pode ajudar tais pessoas e como nós cristãos podemos auxilia-los enquanto passam pelo vale da sombra da morte. No capítulo 13 da  primeira carta do apóstolo Paulo aos coríntios encontramos uma preciosa e profunda verdade que tem o poder de encorajar a todos nós Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Este verso nos mostra que o sofrimento narrado no Salmo 88 é real em todo o tempo da história humana, não sendo causado por Deus para ferir aos homens, antes, é um lembrete que a nossa condição pecaminosa é verdadeira. Não fosse a fidelidade de Deus em nos socorrer, seríamos todos esmagados pelas terríveis consequências do pecado em nosso corpo.

O enfermo do Salmo 88 chegou a pensar que Deus estava longe e não se importava com ele, mas isso não era real. Deus estava respondendo seu clamor lhe concedendo a fé para que continuasse a clamar, como ele fez até o fim de sua vida. Ele não podia ver, mas ali o Senhor cumpriu uma de suas mais preciosas promessas “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”. O aparente silêncio de Deus em meio a nossa dor não significa que Ele nos abandonou, apenas que a caminhada ao lado dele é feita pelos passos da fé, além daquilo que nossos olhos são capazes de ver.

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