Devocional 06\12\2020 O JARDIM DE DEUS

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

06\12\2020                                                                                 

TÍTULO

O JARDIM DE DEUS

TEXTO

É bem conhecida a narrativa registrada pelo evangelista Marcos no sexto capítulo de seu evangelho sobre a aparição de Jesus a seus discípulos andando sobre as águas revoltas do mar da Galiléia. Até mesmo pela majestade deste fato, a continuação desta narrativa não recebe dos leitores bíblicos a mesma atenção, sendo necessário citar o que Marcos registrou “E, quando já estavam no outro lado, dirigiram-se à terra de Genesaré, e ali atracaram. E, saindo eles do barco, logo o conheceram; E, correndo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, aonde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos. E, onde quer que entrava, ou em cidade, ou aldeias, ou no campo, apresentavam os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua roupa; e todos os que lhe tocavam saravam” (Marcos 6.53 a 56). A palavra hebraica para Genesaré significa “jardim das riquezas”, localizada na pequena planície que há as margens do lago da Galiléia. Nos dias de Jesus esta era uma região de solo fértil e de rara beleza, com muitas árvores, flores e abundantes colheitas de uvas, figos e azeitonas, além do arroz e trigo ali produzidos. Por isso os rabinos costumavam chama-la de “jardim de Deus”.

Fosse em nosso tempo, Genezaré certamente concentraria um forte apelo turístico estimulado por sua beleza e prosperidade, à semelhança do que vemos acontecer em lugares semelhantes. Mas havia algo escondido entre esta beleza e fartura que somente a presença do grande salvador foi capaz de revelar. Marcos nos revela que das cidades e aldeias ali localizadas iniciou-se um movimento em busca de Jesus “E, correndo toda a terra em redor, começaram a trazer em leitos, aonde quer que sabiam que ele estava, os que se achavam enfermos”. Esse fato deve fazer-nos refletir profundamente sobre a condição humana. Nem o mais belo e próspero território está livre de testemunhar a triste realidade das mazelas trazidas pelo pecado a vida humana. Encontraremos as tristes consequências do pecado abundantemente manifestas nos mais miseráveis rincões de nosso planeta, onde a enfermidade e a morte compartilham da presença do ódio, da amargura e da vaidade. Voltemos nossos olhos também para os lugares mais prósperos e ali contemplaremos o luxo e a riqueza ladeados pela miséria, ganância e morte. É inegável que a verdade apresentada pelo apóstolo Paulo aos romanos possui alcance universal e irrestrito “por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens (Romanos 5.12).

A presença do bendito filho de Deus em Genesaré revelou uma realidade que a beleza e abundância teimavam em mascarar e que os homens escolhiam esconder. Bastou que a luz do mundo ali raiasse para que das entranhas da terra brotassem homens e mulheres que “rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua roupa”. Como a graça de Deus não faz distinção entre classe sociais, etnias ou religiosidade, Marcos simplesmente registra “e todos os que lhe tocavam saravam”.

Que reflitamos profundamente sobre este fato. Por mais que a vida de um ser humano seja cercada pela efêmera pompa e circunstância deste mundo, somente a presença de Jesus pode conceder-lhe real significado. De que vale habitar no jardim de Deus se Jesus não estiver ali? Quem mais poderá livrar o homem de sua miséria e insignificância, se o Salvador não for revelado a seu coração? É preciso dar ouvidos ao testemunho do apóstolo João, que define de forma definitiva o que realmente o ser humano necessita Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5.12).

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