Devocional 28\12\2020 O CAMINHO DESTRUTIVO DA AUTO COMPAIXÃO

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

28\12\2020                                                                                 

TÍTULO

O CAMINHO DESTRUTIVO DA AUTO COMPAIXÃO

TEXTO

Nenhum de nós está livre de passar por tempos angustiosos e difíceis, o que nos diferencia é a forma como enfrentamos estes períodos, gerando consequências boas ou más sobre aqueles que estão ao nosso redor e sobre nós mesmos. Passar pelos problemas glorificando a Deus e edificando a vida daqueles que nos rodeiam é o ideal bíblico a ser praticado. Porém, devemos reconhecer que não é isto que ocorre com boa parte dos filhos de Deus, e a razão para isto é clara: o pecado da auto compaixão tem impedido os salvos de regozijarem-se em suas tribulações (Romanos 5.3). Faremos bem em observarmos o que a Bíblia tem a nos dizer sobre esta questão.

Encontramos boa direção ao observarmos o contexto da carta enviada pelo apóstolo Paulo aos cristãos em Filipos. Esta epístola foi escrita pelo apóstolo Paulo em um período em que ele estava aprisionado devido a perseguição do Império Romano contra o cristianismo, provavelmente durante o segundo período de aprisionamento do apóstolo em Roma. Paulo não escondeu dos filipenses o grande risco que sua vida corria, diante da possibilidade de receber a sentença de morte. Suas palavras são de um homem seguro de sua condição “...antes, com toda confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Filipenses 1.20). Em sua segunda carta a Timóteo, escrita no mesmo período da carta aos filipenses, Paulo revela diversas circunstancias que enfrentou nesta ocasião “Porque Demas me desamparou...Só Lucas está comigo...Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males...Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam...” (2 Timóteo 4.10,11,14,16). Apesar de sua condição e do desamparo a que foi submetido, em momento algum encontramos Paulo queixando-se ou lamentando diante das circunstâncias que vivia. Paulo não se deixou vencer pela tentação de sentir compaixão de si mesmo, o que fatalmente traria maus resultados também sobre aqueles que viam no apóstolo um exemplo de fé e coragem. A resposta do apóstolo a tão grandes lutas foi E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (Filipenses 1.12). Ao invés da tristeza e melancolia característicos da auto compaixão, vemos em Paulo o regozijo daqueles que confiam a Deus sua vida, o que nos leva a questionar como isso é possível.

Em primeiro lugar, a vitória contra a auto compaixão é obtida quando, a despeito da intensidade das aflições que um salvo pode sofrer, nos negamos a focalizar unicamente a nós mesmos, como se fossemos o centro de todas as coisas. A semelhança do profeta Elias, as grandes vitórias na vida cristã são obtidas enquanto nos esquecemos de nós mesmos e agimos na completa dependência do Senhor, mas basta um instante de auto compaixão para que a melancolia nos leve ao extremo de nossa fraqueza. Em segundo lugar, é necessário vigilância contra a tentação maligna de focalizarmos supostos direitos que pensamos possuir. Foi por ceder a esta tentação que o salmista Asafe se viu em dificuldades “Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios” (Salmos 73.2,3). A auto compaixão de Asafe foi resultado de sua falsa compreensão que Deus estava sendo injusto ao não o recompensar por sua fidelidade. Que tenhamos cuidado quanto a esta atitude. Finalmente, a terceira atitude que observamos no apóstolo Paulo é sua sujeição e confiança nos propósitos de Deus, como ele mesmo revelou em sua carta aos romanos “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...” (Romanos 8.28). Paulo sabia que mesmo as mais duras aflições estavam sobre o controle de Deus.

Desviar-se do caminho destrutivo da auto compaixão depende unicamente da atitude que escolhemos ter diante das dificuldades.

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