Sermão Romanos capítulo 4 SALVOS PELA GRAÇA DE DEUS
TEMA
ROMANOS
CAPÍTULO 4
TÍTULO
A
JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ E O TESTEMUNHO DO VELHO TESTAMENTO
TEXTO
Romanos
4.4 a 8 “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é
imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não
pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como
justiça. Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a
justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades
são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor
não imputa o pecado”.
INTRODUÇÃO
Já
vimos que Deus revelou o plano de salvação a Abraão, e ele creu. A justiça
concedida a Abraão foi unicamente pela fé, sem mérito algum.
Hoje
veremos como Davi expressou esta grande verdade nos Salmos, e como isto nos
leva a convicção de que nossa salvação é obtida unicamente pela fé.
PROBLEMA
O homem busca um meio de
ser salvo e poder se orgulhar disto. Nossa natureza pecaminosa anseia por
jactar-se de seus feitos, e não seria diferente no que diz respeito a salvação.
ARGUMENTO
Paulo se utiliza de dois
personagens do Velho Testamento a fim de demonstrar que nossa salvação é fruto
exclusivamente da graça de Deus, sem as obras da lei ou qualquer mérito humano.
PROPOSIÇÃO
Uma
vez que compreendemos este ponto tão importante, grande alegria e descanso
tomam conta de nossa alma.
Há
grande segurança em bem entendermos a doutrina da justificação pela fé.
I)
O SIGNIFICADO DE IMPUTAÇÃO
No capítulo 4 de Romanos essa
palavra é usada pelo menos 11 vezes.
No texto do capítulo 4.1
a 8 esta palavra é usada 5 vezes, nos versos 3, 4, 5, 6 e 8.
O sentido teológico da
palavra imputar é “atribuir”, “contar a
alguém alguma responsabilidade”.
Veja o exemplo:
Filemon 18 “E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha
conta”.
Há três aplicações da
palavra imputação no Novo Testamento
1.
A imputação do pecado de Adão para a raça
humana
2.
A imputação do pecado da raça humana para
Cristo
3.
A imputação da justiça de Cristo ao que
crê
Portanto, a imputação é a
transmissão, por decreto oficial, da culpa ou mérito de um ato para outra
pessoa.
Imputar a justiça de
Cristo ao crente é uma obra da graça de Deus.
II)
A IMPUTAÇÃO NO CASO DE ABRAÃO
a. Se Abraão tivesse qualquer mérito sua
justificação não seria obra da graça de Deus
Romanos 4.4 “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo
a graça, mas segundo a dívida”.
Paulo faz uso de uma
ilustração simples, retirada da vida comum.
Se eu faço um serviço
para um homem e ele me paga pelo que fiz, ao pagar-me ele não está sendo
bondoso para comigo, está apenas me pagando o que me deve. Seu pagamento não é
um ato de bondade.
Prestei-lhe um
serviço, fiz um trabalho, portanto, quando ele me pagar, não será um ato de
bondade ou de graça, e sim de dívida. Eu poderia lhe levar ao tribunal se ele
não me pagasse.
b. A justificação de Abraão é resultado
unicamente da graça de Deus
Romanos 4.5 “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a
sua fé lhe é imputada como justiça”.
Quem é este homem
justificado pela graça de Deus
1.
Um
homem que nada praticou
Este homem não tem obras
para mostrar, não tem nada que lhe recomende, ele é um completo fracasso.
Isso concorda com o que o
apóstolo falou aos efésios
Efésios
2.8,9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isto não vem de vós, é dom
de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se
glorie”.
2.
Um
homem ímpio
Em primeiro lugar Paulo
se refere a Abraão. Deus não justificou um homem bom, mas um idólatra.
Josué 24.2 “Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do rio
habitaram antigamente vossos pais, Terá, pai de Abraão e pai de Naor; e
serviram a outros deuses”.
Mas também se refere a
todos os homens, como está epístola aos romanos deixa claro:
Romanos 3.10 “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer”.
c.
A justificação é uma ação judicial de Deus
A
justificação é uma afirmação feita por Deus que declara inocente aquele que crê
em Jesus Cristo, que lhe reveste da justiça de Cristo e lhe considera justa.
Essa ação não
é uma ação no ser humano, não o muda, não o torna melhor, mas sim uma ação pelo
ser humano, colocando-o em uma posição de favor diante de Deus.
ILUSTRAÇÃO
Veja a
situação de Adão e Eva quando pecaram
Ao pecarem, a
consequência que se abateu sobre ele foi imediata, e o que fizeram foi uma
tentativa de cobrir sua condição através das obras que podiam realizar.
Gênesis 3.7 “Então
foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para
si aventais”.
Deus reprovou
a tentativa deles, e Ele mesmo lhes cobriu, representando sua justiça
Gênesis 3.21 “E
fez o Senhor Deus a Adão
e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu”.
APLICAÇÃO
Abraão, como
todo resto da humanidade, era ímpio. Deus justifica o homem pela fé porque a
justificação é uma obra totalmente dEle, que em sentido nenhum se baseia nas
obras ou capacidades humanas.
III)
A CONFIRMAÇÃO DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ PELO EXEMPLO DE DAVI
Romanos 4.6 a 8 “Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a
justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados
são cobertos. Bem-aventurado o
homem a quem o Senhor não imputa o pecado”.
Paulo usa agora Davi como
exemplo.
Os judeus tinham enorme
consideração por Davi, como o maior dos reis de Israel e como aquele a quem
Deus prometeu através dele fazer surgir o Messias. Além disso Davi era o homem
segundo o coração de Deus.
A citação
apresentada é a do Salmos 32.1,2 “BEM-AVENTURADO aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem
a quem o Senhor não
imputa maldade”.
Esta é a descrição do homem que
encontrou a paz com Deus.
Romanos 5.1 “TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo”.
Sua iniquidades forma perdoadas e
Deus colocou algo sobre ele.
Este homem é feliz porque, apesar
de seus muitos pecados e de sua culpa, Deus não anota mais pecados na conta
deste homem.
Davi reconhece a felicidade de um
homem justificado pela graça de Deus
a. Este homem é feliz porque seus
pecados passados foram perdoados
“Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados
são cobertos”.
Diante de Deus o ser
humano pecador é merecedor da ira de Deus como retribuição aos seus pecados.
A única base sobre a
qual Deus concede este perdão é a oferta do corpo de Cristo na cruz do
Calvário.
Efésios 1.7 “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das
ofensas, segundo as riquezas da sua graça”.
Colossenses 2.13,14 “E, quando vós estáveis mortos nos
pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos
todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra
nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou
do meio de nós, cravando-a
na cruz”.
O crente tem sua dívida perdoada e Deus nunca mais olhará para seus
pecados.
Este é o
primeiro passo.
b. Este homem é feliz porque seus
pecados presentes e futuros não são mais colocados em sua conta
“Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado”.
Depois de sermos
perdoados, não há mais possibilidade destes pecados serem colocados em nossa conta,
mesmo sendo nós quem cometemos esses pecados e somos culpados por eles.
Nos perguntamos se
isto é justo.
A resposta é que
nossos pecados foram imputados a alguém, e esse alguém é Jesus Cristo.
Veja o que o apóstolo
Paulo nos diz:
2 Coríntios 5.18,19 “E tudo isto provém de
Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o
ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados”.
O que
Deus fez com nossos pecados então? O verso 21 responde:
2
Coríntios 5.21 “Àquele que não conheceu pecado, o fez
pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.
Deus tomou nossos pecados, e a invés de colocar em nossa conta, registrou-os
na conta de Jesus Cristo.
Deus colocou sobe Jesus Cristo e o puniu pelos nossos pecados.
1 Pedro 2.24 “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos
pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver
para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”.
Veja como o Velho Testamento já previa isto:
Isaías 53.4,5 “Verdadeiramente ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por
aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
Após este primeiro passo vamos ao segundo:
c. Este homem é feliz porque a justiça
lhe foi atribuída gratuitamente
“Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a
justiça sem as obras”.
Mesmo perdoados,
permanecemos sem justiça alguma para nos apresentarmos diante de Deus.
Nossa justiça
continua sendo aquilo eu o profeta apresentou
Isaías 64.6 “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como
trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades
como um vento nos arrebatam”.
Por isso Deus vai
além de nos perdoar e nos acrescenta aquilo que nos falta
2 Coríntios 5.21 ““Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele
fôssemos feitos justiça de Deus”.
A obediência de
Cristo, seus méritos e sua justiça pessoal são agora atribuídos ao crente, gratuitamente.
“bem-aventurado o
homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras”.
O ser humano que
entende isso não vai tentar realizar algo a fim de se salvar, se você tenta
fazer algo a fim de ser salvo é porque ainda não entendeu isto.
Você poderá lutar com
todas as suas forças para agradar a Deus, mas isso não o salvará.
Você crê nesta
verdade e se arrepende de seus pecados, mas isto também não pode salva-lo.
Você então crê no
evangelho, mas não é isso que lhe salva, embora arrependimento é fé estejam
envolvidos na salvação.
Você só é salvo
porque Deus o justifica pela justiça de Jesus Cristo, e isto não envolve obra
nenhuma de nossa parte.
Não há nada para nos
orgulharmos, a obra é toda de Deus. Apenas cremos e descansamos nesta verdade.
APLICAÇÃO
O fato que o apóstolo
Paulo coloca diante de nós é que Deus não somente nos concede o perdão, está é
uma questão negativa, mostra que nossos pecados foram subtraídos.
Deus vai além, ele
acrescenta ao crente a justiça de Cristo, e isso é positivo, pois algo nos é
dado.
Se Deus simplesmente
tivesse nos dado seu perdão, sem acrescentar sua justiça, estaríamos em uma
posição negativa, pois Deus nos manteria perdoados e distantes dEle.
É como acontece
quando eu ofendo alguém, este alguém me perdoa mas mantém um relacionamento
distante de mim. Isso não é reconciliação plena.
Deus não se satisfaz
com algo que esteja aquém da reconciliação, ao nos conceder sua justiça Ele nos
faz entrar em um relacionamento com Ele.
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