Devocional 27\02\2021 LIÇÕES DO PASSADO: A PERSEVERANÇA DE ISAQUE
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
27\02\2021
TÍTULO
LIÇÕES DO PASSADO: A PERSEVERANÇA DE
ISAQUE
TEXTO
Entre tantos aspectos prazerosos
que a leitura das sagradas Escrituras nos traz, está o vislumbre dos tempos
antigos, descrevendo os povos e costumes de eras passadas. A vida no oriente
médio, berço da civilização humana, é revelada em suas peculiaridades de tal modo
que nos sentimos transportados aos dias de Abraão, Isaque e Jacó, vivenciando suas
experiências com Deus em meio a uma civilização com valores e visões tão
diferentes de nossos dias. Devemos entender que o propósito da Bíblia ao fazer
isso não é comparar culturas diferentes, mas demonstrar que o mesmo Deus que
agiu de forma gloriosa na vida de Abraão age também em nossos dias. Os tempos
mudam, Deus não.
Um dos fatos que deve nos
chamar a atenção nas narrativas do período patriarcal é a constante citação de
poços hídricos em meio as narrativas daquele período. Na Palestina as fontes de
água são escassas, com as chuvas concentrando-se quase que exclusivamente no
período do inverno, o que fez de poços e cisternas algo essencial a vida
humana. A possessão de poços era algo tão importante naquele período que guerras
foram travadas exclusivamente pela sua possessão. É narrado no capítulo 21 do
livro de Gênesis a desavença e posterior acordo entre o patriarca Abraão e o
rei Abimeleque pela posse de um poço. É notável que, após a morte de Abraão, os
filisteus trataram de entulhar os poços cavados por ele com o motivo óbvio de
enfraquecer seus descendentes.
Pois é também ligado as
narrativas envolvendo estes poços que vislumbramos o cuidado amoroso de Deus
para com seus servos em meio a um povo hostil. No capítulo 26 do livro de
Gênesis encontramos o patriarca Isaque envolvido na disputa por estas fontes de
água “Cavaram, pois, os servos de Isaque
naquele vale, e acharam ali um poço de águas vivas” (Gênesis 26.19). A expressão águas vivas aqui
se refere as águas que, vindas do lençol aquífero, abasteciam de forma abundante
este poço, ou seja, não era um simples reservatório, mas uma fonte de água. Vemos
que tal descoberta não passou desconhecida de seus opressores “E os pastores de Gerar porfiaram com os
pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso
chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele” (Gênesis 26.20). Foi necessário que Isaque
empreende-se nova escavação, algo dispendioso e difícil, e que se tornou também
alvo da cobiça de seus inimigos “Então cavaram outro poço, e também porfiaram sobre ele; por isso chamou
o seu nome Sitna” (Gênesis
26.21). Então pela terceira vez Isaque se lança ao trabalho de busca pela água,
finalmente a salvo da cobiça de seus inimigos “E partiu dali, e cavou outro poço, e não porfiaram sobre ele; por isso
chamou o seu nome Reobote, e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra” (Gênesis 26.22).
Quão preciosas lições
temos ao vislumbrarmos esta experiência de Isaque. O primeiro poço, de águas
abundantes, lhe fora tomado pelo egoísmo e cobiça de seus inimigos, por isso lhe
chamou Eseque, contenda. O segundo poço, também lhe tirado a força, recebeu o
nome de Sitna, revelando o ódio de seus opositores contra ele. Até que
finalmente o Senhor lhe concedeu Reobote, cujo significado é espaço aberto,
amplo. Diferente de muitos de nós, Isaque escolheu não resistir ao mal
praticado por estes homens ao sofrer a perda de seus esforços de forma injusta.
Também não é registrada nenhuma retaliação de ódio por parte do patriarca. O
que vemos é que, independente de onde Isaque fosse, a benção de Deus o
seguiria, e assim foi ao cavar o terceiro poço, onde Isaque encontrou paz e
prosperidade.
Que aprendamos a não nos
desesperarmos diante da oposição dos homens ímpios, a presença de Deus na vida
dos salvos é seu maior bem, e isto não lhes pode ser roubado, como bem nos diz
o salmista “A minha carne e o meu coração
desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para
sempre” (Salmo
73.26).
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