Devocional 03\04\2021 HOMENS QUE SEGUEM OS MESMOS PASSOS DE JUDAS ISCARIOTES


DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

03\04\2021

TÍTULO

HOMENS QUE SEGUEM OS MESMOS PASSOS DE JUDAS ISCARIOTES

TEXTO

São inúmeros os casos de festas pagãs que, com o passar dos séculos, foram sendo incorporadas pelo romanismo como forma de divulgação de suas doutrinas. O mesmo que ocorreu com as chamadas festas juninas também se deu com o festejo pagão praticado pelos romanistas no sábado que antecede a celebração da páscoa, a chamada malhação de Judas, cuja origem remonta a povos europeus que festejavam as divindades protetoras da fertilidade e da colheita quando se aproximava a chegada do verão no hemisfério norte. Dela surgiu a manifestação religiosa com o propósito, segundo a tradição romanista, de execrar o gesto infame de Judas Iscariotes ao trair Jesus. Esta tradição foi introduzida no continente americano através de espanhóis e portugueses e consiste de surrar um boneco do tamanho de um homem enquanto este é levado pelas ruas, ateando fogo ao boneco ao final da procissão. A ideia de fundo seria a vingança contra Judas pela sua traição, que, após ser impiedosamente surrado e execrado, é finalmente queimado.

Diferente da vã tradição religiosa romanista, o ensino da palavra de Deus a respeito de Judas Iscariotes aponta para algo muito mais grave que sua traição, não resumida apenas a Judas, mas a todos os seres humanos nascidos debaixo da maldição do pecado. Impactado pela consequência de sua atitude, Judas retorna aos líderes religiosos com quem havia negociado sua traição levando consigo as trinta moedas de prata recebidas como pagamento por seu infame ato “Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente” (Mateus 27.3,4). Diferente do que imaginava, sua atitude não lhe concedeu o descanso que sua consciência requeria, levando-o a atitude extrema “E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar” (Mateus 27.5).

A lição que aprendemos ao observar o desfecho trágico do drama de Judas Iscariotes diz respeito as consequências causadas pelo remorso ao invés das bençãos produzidas pela convicção do pecado. Mesmo que seus lábios tenham dito “Pequei”, admitindo seu erro, o que Judas temia não é a consequência do seu pecado, mas a vergonha e desonra que iria sofrer devido a sua traição. Ao invés de encarar as consequências ele prefere tirar a própria vida, admitindo seu erro, mas não refazendo seus passos. Ao lanças as moedas aos pés dos líderes judaicos sua intenção é livrar-se da culpa e vergonha de seu crime, e não de provar uma verdadeira mudança de vida, o que concorda com o ensino do apóstolo Paulo aos coríntios “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Coríntios 7.10).

A verdadeira e bíblica confissão de pecados vai muito além de um pedido de desculpas, levando o ser humano arrependido ao reconhecimento, reparação e abandono de seus antigos atos, o que Judas não pretendia. Contrastando com a atitude do falso discípulo encontramos Zaqueu e sua disposição ao encontrar Jesus, que, mesmo diante das acusações de seus opositores, demonstra sua convicção através de sua atitude E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa” (Lucas 19.8,9).

Aqueles que festejam o sábado malhando um suposto Judas possivelmente se consideram inocentes da traição a Jesus, porém o mesmo não pode ser dito quanto a verdadeira necessidade de arrependimento. É mais fácil condenar um pecador conhecido do que arrepender-se de seus próprios pecados escondidos. Que o Senhor nos livre de tal conduta.

 


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