Devocional 11\04\2021 OS DESAFIOS DO MINISTÉRIO PASTORAL EM MEIO A UMA PANDEMIA

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

11\04\2021

TÍTULO

OS DESAFIOS DO MINISTÉRIO PASTORAL EM MEIO A UMA PANDEMIA

TEXTO

Poucas funções foram, em meio a presente pandemia, tão afetadas em seu exercício quanto a função pastoral. Mesmo quando avaliamos apenas a face pessoal e menos visível do labor pastoral, ou seja, a prática devocional dos ministros e a investigação acurada das Escrituras a fim de transmiti-la a seu povo, encontramos homens afetados também pelas incertezas e instabilidade deste tempo. Porém, é principalmente em relação a sua face pública que o exercício pastoral tem enfrentado um desafio ainda maior: como pregar o evangelho em meio as limitações governamentais impostas e a um risco sanitário ao qual os ministros e suas famílias também estão suscetíveis? Proponho que voltemos os nossos olhos ao segundo capítulo da epístola pastoral de Paulo a Timóteo, onde o veterano apóstolo usa de sete analogias a fim de ensinar-nos a respeito da pessoa e função do ministro do evangelho de Cristo.

A primeira analogia usada por Paulo apresenta o pastor como um filho “TU, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus” (verso 1). Paulo nos lembra que, à semelhança dos filhos, pastores são homens debaixo de constante treinamento e aperfeiçoamento de suas funções pastorais, ou seja, eles também estão aprendendo, e muito, através desta pandemia. A segunda analogia compara o pastor a um soldado “Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (verso 3). Pastores são soldados que assumiram o compromisso inquebrável de não abandonarem sua espada e seu comandante mesmo em meio a brutais batalhas, o que não significa que não temam nem fraquejem diante das adversidades. O verso 5 nos apresenta o pastor como um atleta obrigado a respeitar as regras estipuladas “E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente”, ou seja, a fim de não ser desqualificado por Deus, o pastor deve obedecer às normas daquele que o arregimentou, independente das circunstâncias que venha a enfrentar. A quarta analogia compara o pastor a um lavrador “O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos” (verso 6). Tal analogia nos deixa saber que o pastor, à semelhança do agricultor, terá que trabalhar arduamente se realmente deseja contemplar os frutos de seu labor. A quinta metáfora do trabalho pastoral apresenta o pastor como um obreiro, um trabalhador “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (verso 15). É dever pastoral, independente das condições externas enfrentadas, apresentar-se em condições de exercer seu ofício, evitando tudo aquilo que lhe desvie deste intento. A sexta analogia usada pelo apóstolo Paulo nos faz ver o pastor como um utensílio doméstico “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra” (verso 20). A utilidade destes vasos está ligada à sua prontidão e pureza, de forma que estejam sempre prontos e habilitados a serem utilizados por seu possuidor. Finalmente, a sétima analogia apresenta os pastores como servos “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (verso 24). Tais homens foram livres da escravidão do pecado a fim de servirem exclusivamente ao Senhor que os resgatou.

A fim de concluir e aplicar estes pensamentos, é preciso dizer que nenhuma destas analogias foi extinta ou anulada durante esta presente pandemia. Todos os homens revestidos do ministério pastoral continuam obrigados a cumpri-las, independente das circunstâncias que os cercam. Porém, em seu favor pesa a mesma verdade dita ao homem a quem o Espírito Santo inspirou a escrever estas palavras “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9). Se há algo que esta pandemia tem produzido em relação ao ministério pastoral é homens ainda mais fortes e prontos para o serviço do Senhor.