Devocional 23\04\2021 NÃO TENHA VERGONHA DO EVANGELHO
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
23\04\2021
TÍTULO
NÃO TENHA VERGONHA DO EVANGELHO
TEXTO
Por três vezes os
leitores atentos das Escrituras encontram nas epístolas do apóstolo Paulo uma
expressão que, se não for bem entendida, pode vir a ser causa de dificuldades
na compreensão de seu significado. Por duas vezes na epístola aos romanos e em
uma vez em sua segunda carta a Timóteo, o apóstolo Paulo usa a expressão “meu evangelho”, a qual nos vale a pena
investigar. Alguns teólogos entendem que esta expressão usada por Paulo se
refere a autoria do evangelho segundo Lucas, de forma que o real autor deste
evangelho seria o próprio apóstolo Paulo, servindo Lucas de escriba a fim de registrar
as palavras do apóstolo. Não existem evidências desta teoria, principalmente
diante do fato que a escrita da epístola aos romanos é anterior a escrita do
evangelho de Lucas, de forma que é necessário buscar nos textos onde Paulo usa
esta expressão o significado que o próprio apóstolo lhe deu.
Observando as três
ocorrências desta expressão é possível definir que o objetivo primário do
apóstolo ao usa-la é contrastar o evangelho pregado por ele do ensino de
judaizantes e gnósticos, inimigos ferrenhos do puro cristianismo. Nas três
ocorrências desta expressão Paulo ensina verdades inegociáveis do verdadeiro evangelho,
contrastando seu ensino com o apresentado pelos falsos mestres, como no segundo
capítulo de sua epístola aos romanos, onde nos diz “No
dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo
o meu evangelho” (Romanos
2.16). O ensino ministrado pelos mestres judaizantes rejeitava que o próprio
Senhor Jesus Cristo será o juiz que julgará todos os homens, enquanto que, no evangelho
pregado pelo apóstolo, o Senhor Jesus é a peça central no julgamento tanto de
salvos como de incrédulos. Na mesma epístola aos romanos voltamos a encontrar o
apóstolo usando esta mesma expressão, agora no décimo sexto capítulo “Ora,
àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação
de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos
esteve oculto” (Romanos 16.25). Paulo ressalta neste verso a revelação
concedidas a ele de verdades presentes no evangelho, cuja veracidade era
confirmada pela manifestação do poder de Deus na vida daqueles que nele criam.
O ensino de gnósticos e judaizantes era baseado no legalismo e ritualismo que
suas religiões ofereciam, o evangelho de Paulo, no poder de Deus revelado ao
apóstolo.
A terceira ocorrência da expressão “meu evangelho” é encontrada na
segunda epístola de Paulo a Timóteo, quando diz “Lembra-te de que Jesus
Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os
mortos, segundo o meu evangelho” (2 Timóteo 2.8). As duas verdades
expressas neste verso, que Jesus Cristo descende do rei Davi e que ressuscitou dentre os mortos, eram
veementemente negadas pelos judaizantes e gnósticos, porém essenciais a verdade
do evangelho revelado por Paulo. Os gnósticos negavam a humanidade de Jesus,
ensinando que ele era apenas um espírito que veio apossar-se de um corpo
humano; os judaizantes negavam veementemente a ressurreição de Jesus, verdade
esta que confirma, acima de qualquer dúvida, sua divindade. Ao evangelho de Paulo
tanto a humanidade perfeita de Cristo como sua plena divindade eram verdades absolutamente
inegociáveis.
É
reconhecível que muitas pessoas entendam a expressão usada pelo apóstolo Paulo
como uma maneira egoísta de angariar respeito a sua pregação, uma inverdade tão
grande como o ensino propagado por gnósticos e judaizantes. No tempo de Paulo,
a pregação do evangelho era ridicularizada por seus oponentes, de tal forma
que, ao usar a expressão “meu evangelho”, o apóstolo tomava também sobre
si a ignomínia lançada sobre Jesus. Que todos os salvos tenham a mesma
disposição, como registrada no início da epístola aos romanos “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o
poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego” (Romanos
1.16).
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