Devocional 28\04\2021 A LIÇÃO DE ASAFE


DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

28\04\2021

TÍTULO

A LIÇÃO DE ASAFE

TEXTO

O Salmo 77 é classificado como um salmo de lamentação, onde o salmista clama a Deus por auxílio diante de alguma dificuldade. Não nos é revelada a causa das dificuldades enfrentadas por Asafe nesta ocasião, porém entendemos que alguma situação muito difícil havia ocorrido para causar a ele tanta tristeza. A fim de compreendermos a condição o salmista é importante que salientemos alguns pontos: primeiro, que os problemas de Asafe não decorrem de pecados encobertos nem de atos de irresponsabilidade, recorrem unicamente de uma mente que teima em voltar-se para dentro si mesma buscando respostas que ali jamais serão encontradas. Isso acontece com pessoas que amam a Deus, que servem a Deus, que adoram a Deus e que mesmo assim caem neste terrível armadilha. Encontramos nos versos 2 a 10 deste salmo nada menos do que dez vezes o uso de pronomes pessoas por parte de Asafe, enquanto que por apenas cinco vezes Asafe se refere a Deus. O que Asafe fez foi simplesmente voltar-se para dentro de si mesmo em busca de respostas. É bom que atentemos para o exemplo do salmista, a fim de sermos alertados contra os males causados pelo mau uso da introspecção.

Convencido que encontraria respostas ao inquirir seu próprio coração, Asafe acabou por encontrar ainda mais pedras que acabaram por faze-lo tropeçar “No dia da minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite, e não cessava; a minha alma recusava ser consolada” (verso 2). Asafe desejava que a causa de suas dificuldades fosse esclarecida, porém sua atitude tornava sua situação ainda mais desesperadora, “Lembrava-me de Deus, e me perturbei; queixava-me, e o meu espírito desfalecia” (verso 3). Ao buscar encontrar respostas em si mesmo, o salmista apenas aumentava o número de suas dúvidas, acrescentando ainda mais dificuldades a usa já combalida situação, entre eles a insônia e a paralisia de suas cordas vocais, causada pelo seu estado de agitação mental e emocional, como revelado no verso 4 “Sustentaste os meus olhos acordados; estou tão perturbado que não posso falar”.

É inevitável que, diante da consulta interior do salmista, o resultado de suas inquirições fosse incerto, levando-o a conclusões equivocadas, como o concluir que deus o havia abandonado “Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável? Não tornará a ser favorável?” (verso 7). Asafe também conclui que o Senhor deixou de ser favorável a ele, esquecendo-se de suas promessas e de sua misericórdia “Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se  a promessa de geração em geração? Esqueceu-se Deus de ter misericórdia?” (versos 8,9). O resultado final é que Asafe conclui que o seu real problema está em Deus “E eu disse: Isto é enfermidade minha” (verso 10).

A experiência narrada por Asafe ao procurar respostas a suas tribulações dentro dele mesmo o levou a uma série de respostas erradas e danosas para si mesmo: sua inquirição interna acabou por distorcer a verdade a respeito de quem é Deus, fazendo com que Deus se pareça mais com um homem do que com Deus, um ser cheio de caprichos e vaidades. A auto inquirição de Asafe abriu as portas para que a noção maligna de que Deus não deseja seu bem fosse aceita, ou seja, Deus não é tão bom como parece ser. O grande mal da inquirição interna de Asafe é que ele acabou por agir como um juiz, determinando o bem e o mal, e tentando ocupar um lugar que cabe somente a Deus. É importante notarmos que, a fim de não levar seus leitores a perderem a esperança, Asafe começa este salmo concluindo o que aconteceu quando ele deixou de buscar em si mesmo o consolo que procurava “CLAMEI a Deus com a minha voz, a Deus levantei a minha voz, e ele inclinou para mim os ouvidos” (verso 1). Que aprendamos a lição de Asafe.

 

 

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