Devocional 08\05\2021 PAULO E A PERDA DE SI MESMO
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
07\05\2021
TÍTULO
PAULO E A PERDA DE SI MESMO
TEXTO
O terceiro capítulo da
epístola aos filipenses é um dos textos bíblicos de mais profundo teor pessoal
entre os escritos do apóstolo Paulo. Sua desconstrução de si mesmo e a
exaltação da pessoa e obra de Jesus Cristo permitem ao leitor cristão um
vislumbre da verdadeira envergadura espiritual deste gigante da fé. Um exemplo
deste fato são suas palavras iniciais neste terceiro capítulo “FINALMENTE, irmãos meus, regozijai-vos no Senhor. Não me aborreço de
escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós” (Filipenses 3.1). Em
circunstâncias normais estas palavras seriam aceitas como um mero e costumeiro
incentivo cristão, porém o fato de terem sido escritas durante o aprisionamento
do apóstolo, que por fim acabou por martiriza-lo, as colocam entre as maiores
marcas de desprendimento encontradas em um cristão. Em suma, o que encontramos
neste relato pessoal de Paulo deve conduzir a cada cristão a uma auto avaliação
sincera a fim de aquilatar o real valor de Cristo em sua vida.
A tônica deste relato
pessoal do apóstolo é logo demonstrada aos filipenses “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em
espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Filipenses 3.3). Para Paulo
gloriar-se em Jesus e confiar na carne constituíam dois extremos impossíveis de
serem conciliados. A descrição que encontramos a seguir não foi registrada por
Paulo a fim de exaltar-se, mas sim para demonstrar como ele havia percebido o
grande engano que cometia ao pensar que tais coisas lhe asseguravam alguma
vantagem, como ele nos demonstra “Ainda que também podia confiar
na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado
ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus;
segundo a lei, fui fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja,
segundo a justiça que há na lei, irrepreensível” (Filipenses 3.4 a 6). Paulo usa a expressão “confiar na carne” no
sentido daquilo que a
natureza humana representa e pode realizar. Suas antigas qualificações eram motivo de orgulho,
de acordo com sua visão humana, revelando qualidades que ele herdou por
nascimento e qualidades que adquiriu por sua dedicação, coisas que dificilmente
um ser humano abriria mão, caso não estivéssemos tratando do apóstolo dos
gentios.
Como
que descrevendo uma grande guinada, Paulo revela a razão que o fez abrir mão de
seus privilégios carnais “Mas o que para mim era ganho
reputei-o perda por Cristo” (Filipenses
3.7), ou seja, Paulo voluntariamente sacrificou todo reconhecimento
humano por sua posição e feitos por amor a Cristo. A imagem
que Paulo usa aqui se assemelha a um homem que adquire valiosas ações no
mercado financeiro, mas que após algum tempo descobre que aquelas ações não tem
o valor que ele imaginava que teriam, levando-o a buscar algo realmente valioso “E, na
verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela
excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda
de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a
Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que
vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela
fé; para conhecê-lo, e o poder da sua ressurreição, e à comunicação de suas
aflições, sendo feito conforme à sua morte” (Filipenses
3.8 a 10). Paulo escolheu, após apurada inquirição, desligar-se de tudo aquilo
que o identificava como ser humano bem sucedido e a partir de então
identificar-se completamente como um servo de Jesus Cristo.
Paulo perdeu a si mesmo a fim de ganhar a Cristo. Que o mesmo possa ser
dito de todo servo do Senhor!
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