Devocional 15\05\2021 O SALMO 38 E OS EFEITOS CAUSADOS PELO PECADO ENCOBERTO

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

15\05\2021

TÍTULO

O SALMO 38 E OS EFEITOS CAUSADOS PELO PECADO ENCOBERTO

TEXTO

A leitura dos Salmos constitui-se em um exercício proveitoso a alma dos salvos, uma vez que as experiências narradas de forma tão real e sincera pelos salmistas são também encontradas na vida dos santificados em Cristo Jesus. O que encontramos neste texto atribuído ao rei Davi é a exposição crua da alma de um homem submetido ao peso da mão de Deus a fim de que se arrependa e abandone seus íntimos pecados encobertos. A misericórdia do Senhor permitiu a Davi reconhecer e abandonar seus pecados enquanto havia oportunidade, e seu testemunho foi registrado a fim de que não tenhamos a mesma amarga e dolorosa experiência em nossa própria vida. Demos então ouvidos ao quebrantado rei.

Com certeza a experiência vivida por Davi foi não somente real como intensa, ao ponto de pedir ao Senhor que levante o cerco contra sua vida Ó SENHOR, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor” (verso 1). A descrição de seu penoso estado inicia por reconhecer que Deus é o autor deste doloroso enredo “Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e a tua mão sobre mim desceu” (verso 2). A mão do Senhor atingiu ao salmista por inteiro, chegando a um ponto próximo ao insuportável “Não  coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem  paz em meus ossos, por causa do meu pecado. Pois  as minhas iniquidades ultrapassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças” (versos 3,4). Sua condição física é descrita em detalhesAs minhas chagas cheiram mal e estão corruptas, por causa da minha loucura” (verso 5), e seu ânimo se assemelha a alguém sofrendo pelo luto “Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia” (verso 6). Não somente seu corpo padece debaixo da disciplina do Senhor, também seu coração sofre as consequências de sua loucura “Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido pela inquietação do meu coração” (verso 8).

Além do sofrimento físico e emocional, Davi também é atormentado pela fraqueza de seu espírito “... quanto à luz dos meus olhos, ela me deixou” (verso 10), pelo abandono das pessoas próximas “Os meus amigos e os meus companheiros estão ao longe da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância” (verso 11) e pela malícia de seus inimigos “Também os que buscam a minha vida me armam laços e os que procuram o meu mal falam coisas que danificam, e imaginam astúcias todo o dia” (verso 12). A condição de Davi é tão débil que ele nem ao menos consegue defender-se de seus acusadores, enquanto contempla sua vida sendo consumida lentamente pela disciplina do Senhor.

Para que jamais pensemos que tal disciplina vise o mal e a destruição dos filhos de Deus, Davi termina este Salmo narrando a forma como esta mesma disciplina o capacitou a abandonar seu pecado e a refugiar-se na misericórdia do Senhor “Porque em ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, me ouvirás” (verso 15). A ação proveitosa da disciplina do Senhor finalmente atingiu seu pleno objetivo para com Davi, e sua exclamação nos deixa saber que a preciosa lição havia sido aprendida “Porque eu declararei a minha iniquidade; afligir-me-ei por causa do meu pecado” (verso 18). Se antes Davi desejava esconder-se de Deus, agora sua presença é motivo de seu regozijo “Não me desampares, Senhor, meu Deus, não te alongues de mim. Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação” (versos 21,22).

Que este precioso Salmo sirva de comprovação prática a todo filho de Deus a quem, de forma amorosa, o Senhor disciplina, sabendo que o intento de nosso Pai celestial será sempre de bondade e misericórdia para conosco, como nos ensina o autor da carta aos hebreus a respeito da disciplina do Senhor mas este para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade” (Hebreus 12.10).

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