Devocional 20\05\2021 O SALMO 39 E A FRAGILIDADE DA VIDA HUMANA
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
20\05\2021
TÍTULO
O SALMO 39 E A FRAGILIDADE DA VIDA
HUMANA
TEXTO
Deparar-se com o Salmo 39
nos permite a contemplação da alma humana despida de toda sua arrogância e
vaidade, resumida ao sofrimento e abandono, enquanto contempla seus últimos
momentos neste mundo passageiro. Não sem razão este Salmo já foi chamado de
poema fúnebre, uma vez que o contexto que o cerca trata da desesperança de um
homem consumido em sua enfermidade e prestes a enfrentar a morte. Convém que
com fé e confiança leiamos este Salmo, tendo nossos olhos postos no Deus que
nos sustém.
Eis que o Salmo 39 nos
lança diante de um homem enfermo ao qual aparentemente Deus não havia
respondido suas orações. Suas queixas são muitas, o que expõe uma
característica marcante de sua personalidade, pois ele mantém auto controle
quanto a suas palavras, a fim de não fornecer munição aos céticos que
acompanhavam seu sofrimento “Guardarei os meus caminhos para não
pecar com a minha língua...enquanto o ímpio estiver diante de mim”
(versos 1). Tão cuidadoso mostrou-se o
salmista a fim de não ofender com suas palavras, que se tornou como um homem
mudo
“Com o silêncio fiquei mudo...e a minha dor se agravou” (verso 2). Porém seu espírito requeimava-se
por dentro, diante de seu sofrimento e frustração, atribulando sua alma, até
que já não foi possível deter suas palavras “Esquentou-se-me o coração dentro de mim; enquanto eu meditava se
acendeu um fogo; então falei com a minha língua” (verso 3).
Quando finalmente o salmista decide revelar o que havia dentro de si sua
indagação a Deus é direta “Faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que
eu sinta quanto sou frágil” (verso 4). Sua conclusão é que ele em si mesmo
nada representa diante da eternidade “Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da
minha vida é como nada diante de ti” (verso 5). Sua conclusão a respeito da vida é
que os homens se parecem com atores, cujas cenas vão se passando rapidamente “Na
verdade, todo homem anda numa vã aparência; na verdade, em vão se inquietam;
amontoam riquezas, e não sabem quem as levará” (verso 6).
Prestes a sair desta vida, o salmista reconhece que nada mais lhe resta a
não ser esperar em Deus “Agora, pois, Senhor,
que espero eu? A minha esperança está em ti” (verso 7). Fiel ao entendimento
veterotestamentário de que as doenças eram causadas pela disciplina de Deus
sobre os pecados encobertos, o salmista clama ao Senhor “Livra-me de todas
as minhas transgressões; não me faças o opróbrio dos loucos” (verso 8). Seu
pensamento permanece convicto de que sua enfermidade foi causada pelo Senhor,
enquanto sentia que Deus o estava a espanca-lo “Emudeci; não abro a minha boca, porquanto tu o fizeste.
Tira de sobre mim a tua praga; estou desfalecido pelo golpe da tua mão” (versos 9,10). O sofrimento o havia
desfigurado, definhando seu corpo a ponto de não haver mais nada que lhe
importasse “Quando castigas o homem,
com repreensões por causa da iniquidade, fazes com que a sua beleza se consuma
como a traça; assim todo homem é vaidade” (verso 11). Finalmente, diante
de seu fim, o salmista clama por um breve período de descanso, antes de
encontrar-se com a morte “Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu
clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou um
estrangeiro contigo e peregrino, como todos os meus pais. Poupa-me, até que tome alento, antes
que me vá, e não seja mais” (versos 12,13).
De forma impactante, o Salmo 39 não termina com um brado de triunfo e
louvor, mas em meio a dúvidas, lágrimas e sofrimento. Deus falhou para com o
salmista? Absolutamente não, assim como jamais falhará também conosco. O Senhor
está apenas nos lembrando que este mundo definitivamente não é nosso lar.
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