Devocional 01\06\2021 COMO ENTENDER A VIDA QUE FINDA EM MEIO A DOR E O SOFRIMENTO
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
01\06\2021
TÍTULO
COMO ENTENDER A VIDA QUE FINDA EM MEIO
A DOR E O SOFRIMENTO
TEXTO
Possivelmente o Salmo 88 se constitui no mais triste
dos escritos bíblicos, descrevendo a história de um homem que durante a maior
parte de sua vida provou do sofrimento decorrente de uma doença degenerativa. Este
homem é descrito nas notas introdutórias acrescentadas neste salmo como sendo
Hemã, um ezraíta. Ele é descrito nos livros históricos como um dos homens
considerados mais sábios no período do reinado de Salomão (1 Reis 4.31). Em 1
Crônicas 15.17 é nos dito que Hemã era um levita, e no capítulo 6 do mesmo
livro ele é reconhecido como cantor (1 Crônicas 6.33). Este Salmo didático,
cujo objetivo é o ensino, apresenta um tema profundo e precioso, tratando das
reações e cotidiano de um ser humano envolto pela dor e sofrimento, mas que se
manteve em oração durante todo o tempo de seu padecimento. Faremos bem em
dar-lhe ouvidos.
A enfermidade de Hemã o faz clamar a Deus
constantemente, porém, aparentemente não há resposta a seu clamor “SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado
de dia e de noite. Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus
ouvidos ao meu clamor” (versos 1,2). Hemã revela
que sua condição é terminal e que, até as pessoas mais chegadas a ele já não
tem esperanças quanto a sua cura “Porque a minha alma está cheia de
angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura. Estou contado com aqueles
que descem ao abismo” (versos 3,4). Fiel ao pensamento teológico de seu tempo,
Hemã considera sua enfermidade como consequência da ira de Deus sobre algum
pecado que ele tenha cometido “Puseste-me no abismo mais profundo, em trevas
e nas profundezas. Sobre mim pesa o teu furor; tu me afligiste
com todas as tuas ondas” (versos 6,7). Mesmo diante de toda circunstância
narrada nos primeiros versos aquele homem não deixou de orar e clamar a Deus “Senhor, tenho clamado a ti todo o dia,
tenho estendido para ti as minhas mãos” (verso 9). Porém, em seu coração há
constantes questionamentos a ação de Deus “Mostrarás, tu, maravilhas aos
mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? Será anunciada a tua
benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição?” (versos 10,11).
Incapaz de compreender seu problema a luz da providência divina, Hemã indaga a
Deus “Senhor, por que rejeitas
a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?” (verso 14). Finalmente,
a vida de Hemã se aproxima de seu fim, enquanto ele lança suas últimas
tentativas de obter a atenção de Deus “Estou aflito, e
prestes tenho estado a morrer desde a minha mocidade; enquanto sofro
os teus terrores, estou perturbado” (verso 15). Hemã termina seus dias em
dor e sofrimento “A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus
terrores me têm retalhado” (verso 16).
Há preciosas lições neste
Salmo as quais devemos nos ater. Primeiramente, devemos reconhecer que mesmo
homens santos e fiéis ao Senhor enfrentam períodos de grande sofrimento durante
sua vida, tal como foi com Moisés, Elias e Asafe. Mesmo crentes fiéis podem
passar por períodos de grande sofrimento, sem que isso signifique que Deus os
está castigando. Porém, é bom que entendamos que tais circunstâncias servem
para nos manter cônscios da realidade da existência do pecado neste mundo, e de
suas duras consequências mesmo com os filhos de Deus. Aprendemos também com
Hemã que jamais os filhos de Deus devem deixar de orar a seu Pai celestial, por
mais difíceis que sejam as circunstâncias que os envolvam, e nisto Hemã é para
nós um exemplo de persistência.
Lembre-se de todo
sofrimento pelo qual Jesus Cristo também passou, a extrema pobreza a qual
enfrentou, os homens que procuraram sua morte desde sua infância, o testemunho
de Isaías que diz que Jesus era um homem de dores e que sabia o que era
padecer. O sofrimento não é um castigo, mas um ensinamento.
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