Devocional 26\06\2021 O LEGADO DE JOSÉ DE ARIMATÉIA
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
26\06\2021
TÍTULO
O LEGADO DE JOSÉ DE ARIMATÉIA
TEXTO
Possivelmente poucos são
os leitores bíblicos que tenham dedicado a figura de José de Arimatéia uma
atenção suficientemente profunda a fim de decifrar sua rápida, porém intensa
participação nos acontecimentos que se deram quando da condenação e morte do Senhor
Jesus. Mesmo que não reconheçamos em José de Arimatéia um personagem de
destaque em meio a tão intensos acontecimentos, agradou ao Espírito Santo que
os quatro evangelistas fizessem menção da participação de José nos fatos
cruciais daqueles dias, o que por si só é razão suficiente a fim de
empreendermos uma atenta investigação a respeito deste personagem.
Encontramos esparsos nos
quatro evangelhos informações que nos revelam a pessoa de José de Arimatéia,
assim chamado devido a sua cidade de origem, localizada no território de
Benjamim, não muito longe de Jerusalém. O evangelista Lucas o trata como “senador” (Lucas 23.50), ou seja,
membro do Sinédrio, o superior tribunal judaico, responsável pela condenação de
Jesus. O evangelista Marcos acrescenta que José era um “conselheiro honrado” (Marcos 15.43), ou seja, um membro ilustre do
Sinédrio, enquanto Mateus nos revela que ele era também “um homem rico” (Mateus
27.57). A respeito da pessoa de José, o evangelista Lucas nos diz que era “homem
de bem e justo” (Lucas 15.50), ao que Marcos acrescente que ele também “esperava
o reino de Deus” (Marcos 15.43), o que certamente inclui sua atenção aos
acontecimentos que envolviam o ministério de Jesus e o cumprimento das
profecias do Velho Testamento quanto ao messias.
Porém é pelos lábios dos evangelistas João e Mateus que tomamos conhecimento
de que este judeu, membro ilustre do Sinédrio, temente a Deus, era também um
discípulo secreto de Jesus, como nos revela uma inserção acrescentada ao texto
de João, que diz “José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por
medo dos judeus)” (João 19.38), enquanto Mateus o revela
diretamente ao dizer “um homem rico, de
Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus” (Mateus 27.57). Um importante fato a respeito
deste discípulo secreto de Jesus é encontrado na narrativa de Lucas, ao nos
revelar o posicionamento de José de Arimatéia quando do julgamento de Jesus
pelo Sinédrio, ao dizer que ele “... não tinha consentido no conselho e nos
atos dos outros” (Lucas 23.51), ou seja, ele havia sido voto vencido, e
possivelmente um dos únicos, quanto a condenação de Jesus.
A continuação da narrativa por parte dos evangelistas serve para quebrar
a noção inicial quanto a timidez de José de Arimatéia em relação ao
reconhecimento de Jesus como o Filho de Deus. Se inicialmente ele fora
apresentado como um discípulo secreto, a morte de Jesus o fez revelar-se de uma
forma corajosa e decidida, como relatada pelo evangelista Marcos “Chegou
José de Arimatéia...e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus” (Marcos
15.43), fato que é também narrado nos demais evangelhos. Devemos reconhecer que
a ousadia deste discípulo foi ainda além, pois João revela que ele “foi e tirou o corpo de Jesus” (João 19.38), e
que após isso “havendo-o tirado,
envolveu-o num lençol” (Lucas 23.53)
como descreve Lucas, cuidando de todos os preparativos a fim de que Jesus
tivesse um sepultamento digno, como também registra Mateus “E o pôs no seu
sepulcro novo, que havia aberto em rocha” (Mateus 27.60). Suas ações se
encerram somente após ele ter concluído seu objetivo, relatado no primeiro
evangelho “e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se”
(Mateus 27.60).
Os evangelhos encerram
seu relato quanto a José de Arimatéia neste ponto, tendo ele servido a Jesus de
uma forma intensa em um momento quando tudo parecia liquidado, ainda sem
entender que em três dias o Salvador venceria a morte, ressuscitando dentre os
mortos, o que certamente coroou de júbilo todo seu zelo.
Sempre valerá a pena amar
e ser fiel a Jesus Cristo, eis o legado de José de Arimatéia.
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