Devocional 01\07\2021 O LEGADO DO PATRIARCA ISAQUE
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
01\07\2021
TÍTULO
O LEGADO DO PATRIARCA ISAQUE
TEXTO
Ao
observarmos as figuras de vulto na história da formação da nação de Israel,
encontraremos por encabeça-la a tríplice lista dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó,
pioneiros das peregrinações naquela que ficou conhecida como Terra Prometida. Isaque
foi o único dos três grandes patriarcas que ali nasceu e que jamais a deixou, tendo,
portanto, vivido toda sua vida ali. O leitor atento das Escrituras perceberá em
Isaque uma natureza diferente de seu pai Abraão, homem de coragem e destemor
inegáveis, e de seu filho Jacó, que durante sua vida deu imensa vazão a sua
astúcia. Já Isaque caracterizava-se pela passividade e devoção, simbolizando na
cultura hebraica a submissão do povo de Israel a soberana vontade de Deus,
muito por causa de sua atitude diante do anuncio de que ele próprio era o
sacrifício que seu pai Abraão haveria de oferecer, ao que se submeteu sem
queixas. Certamente nos será útil refletir sobre este personagem do Velho
Testamento.
Facilmente
podemos confundir a passividade de Isaque com fraqueza de caráter, fato
reforçado pelo fato de, como seu pai, ter mentido a respeito de sua esposa e de
demonstrar aberta preferência por seu filho Esaú, como nos revela o livro de
Gênesis “E amava Isaque a Esaú, porque a caça era
de seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó” (Gênesis
25.28). É perceptível que Isaque não demonstrou a mesma fé ativa de seu pai,
vivendo alguns degraus abaixo daquilo que percebemos em Abraão, porém isso não
é razão suficiente para julgarmos Isaque como figura descartável em sua época.
Diferente do que vemos em Abraão, não encontramos a respeito de Isaque ações espetaculares
geradas por sua fé no Senhor. Da mesma forma vemos que, mesmo sendo filho de um
homem que influenciou profundamente toda uma nação, não encontramos nele
nenhuma influência dominante nem mesmo sobre sua própria geração. Porém não
devemos esquecer que mesmo assim a figura de Isaque recebeu o mesmo respeito e
honra ao lado de seu pai e de seu filho, sendo citada trinta e duas vezes tanto
no Velho como no Novo Testamento.
Porém é na tipologia de sua pessoa que encontramos o valor atribuído
pelas Escrituras a Isaque, começando por seu nascimento miraculoso, tipo do também
miraculoso nascimento do Salvador. Passando também pelo momento em que o servo
de Abraão parte em busca de uma noiva para ele, tipificando assim o Espírito
Santo na sua busca pela noiva de Cristo. Da mesma forma sua atitude de
submissão a seu pai quando do sacrifício no monte Moriá serve de tipo para o
sacrifício voluntário do Filho de Deus, exibindo a mesma atitude demonstrada
por Isaque, como descrito pelo apóstolo Paulo em sua epístola aos filipenses “E,
achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte,
e morte de cruz” (Filipenses 2.8). Observemos também que o apóstolo
Paulo usa a figura de Isaque ao escrever aos gálatas, dizendo “Mas nós,
irmãos, somos filhos da promessa como Isaque” (Gálatas 4.28), referindo-se aos
filhos espirituais de Abraão, os salvos da igreja. No verso seguinte o apóstolo
usa as figuras de Isaque e Ismael a fim de representar a luta entre a nova e a
velha natureza do salvo, ao dizer “Mas, como então aquele que era gerado
segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também agora” (Gálatas 4.29).
Finalmente, mesmo que consideremos a passividade como marca principal na
vida de Isaque, é inegável que sua vida imaculada, caracterizada pela oração, por
seus atos graciosos e pelas constantes ações de graças, diferenciam Isaque das
gerações que vieram após ele. Seu legado nos ensina que nem todos serão capazes
de realizar grandes feitos pelo Senhor, mas que todos podem, em meio a uma vida
tranquila e pacífica, servir e honrar ao Senhor de forma digna e sincera.
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