Devocional 22\07\2021 O LEGADO DE PÔNCIO PILATOS
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
22\07\2021
TÍTULO
O LEGADO DE PÔNCIO PILATOS
TEXTO
O
atento leitor das Escrituras encontrará nada menos que cinquenta e nove citações
bíblicas ao nome de Pôncio Pilatos, a maior parte destas citações ocorrendo nos
evangelhos, sendo apenas uma vez citado pelo apóstolo Paulo em sua epístola a
Timóteo, quando diz “Mando-te diante de Deus, que
todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o
testemunho de boa confissão” (1 Timóteo
6.13). Pilatos foi procurador romano das regiões da Judéia, Samaria e Iduméia entre
os anos de 26 e 36 D.C., coincidindo seu mandato com o ministério, morte e
ressureição do Senhor Jesus Cristo. Não fosse este fato o nome de Pilatos jamais
seria conhecido como o é, pois, a exceção deste período de sua vida, pouco se
sabe sobre ele. Porém, Pilatos foi a autoridade romana que condenou à morte o
Senhor Jesus Cristo, o que nos faz atentar com maior cuidado a respeito de sua
figura.
A parte de seu trato com Jesus, pouca coisa pode ser colhida no que diz
respeito a Pilatos a partir dos livros históricos escritos nos primeiros
séculos da era cristã. Sabemos que ele foi responsável pela manutenção da paz
na pequena área que governava e que precisou enfrentar diversas agitações criadas
pelos judeus. Pilatos deixou como marca seu desejo de agradar seus superiores,
procurando impor a adoração aos pendões romanos como se fossem deuses, fato que
desagradava muitíssimo as autoridades judaicas, razão pela qual Pilatos deixou
de exibi-los. Sabemos também que ele residia na cidade de Cesaréia, mas que no
período da páscoa costumava dirigir-se a Jerusalém acompanhado de suas tropas,
temendo que agitações populares ocorressem neste período, como de fato se deu
em relação ao julgamento e condenação de Jesus. Poucos anos após estes fatos
Pilatos foi demitido de seu cargo, após autorizar o massacre de um grupo de samaritanos,
que estavam ocupados de suas lides religiosas. Devido a esta questão Pilatos
foi enviado a Roma para ser julgado.
Os poucos historiadores que citam Pilatos o descrevem como um homem
rígido, brutal e iracundo, dado a aceitar subornos e a subornar. O Novo
Testamento por sua vez o descreve como um governante pragmático, disposto a
acomodar-se a condição que melhor lhe parecesse. O julgamento de Jesus por
Pilatos se deu porque os judeus não tinham autoridade de executar nenhuma
pessoa, porém os membros do sinédrio costumavam pressionar os governantes romanos
a fim de que estes condenassem aqueles que se lhes opunham, acusando-os como fizeram
com Jesus, ao dizer “Havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar
o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei” (Lucas 23.2). Não encontrando nenhum crime
passível de morte Pilatos deseja solta-lo, como registrado por Lucas “E
disse Pilatos aos principais sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma
neste homem” (Lucas 23.4). Revelando sua fraqueza diante dos inflamados
judeus Pilatos envia Jesus a Herodes, que lhe remeteu sem estabelecer uma
sentença. Neste ínterim a mulher de Pilatos lhe adverte a respeito de Jesus ao
lhe dizer “Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri
por causa dele” (Mateus 27.19). Pilatos não deu ouvidos a sua esposa,
preferindo-se acomodar as questões políticas judaicas e permitindo que estes inflamassem
ao povo a fim de que um homicida fosse solte, enquanto Jesus era condenado. Seu
ato mais famoso é descrito por Mateus ao relatar que “Então Pilatos, vendo
que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos
diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso” (Mateus 27.24).
O legado de Pilatos é de um homem que, mesmo
convencido e advertido a respeito da verdade sobre Jesus, escolhe ser fiel a
seus próprios interesses, semeando sua própria ruína, semelhante a muitos
outros “Pilatos” que ainda hoje encontramos neste mundo.
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