Devocional 15\08\2021 O SALMO 55 E O CUIDADO DO SENHOR COM OS SEUS


 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

15\08\2021

TÍTULO

O SALMO 55 E O CUIDADO DO SENHOR COM OS SEUS

TEXTO

O leitor atento das sagradas Escrituras encontrará no Salmo 55 uma dolorosa experiência que pode ser provada por qualquer um dos filhos de Deus, o abandono e injustiça por parte de pessoas próximas e na qual depositavam grande confiança. É certo que os salvos encontrarão neste salmo grande ajuda a fim de enfrentarem circunstâncias como esta.

Muito provavelmente o pano de fundo deste salmo trate especificamente do caso do conselheiro Aitofel, que tomou parte na rebelião comandada por Absalão contra o rei Davi, após ter servido ao rei por muitos anos. Tal fato é reforçado pela própria descrição encontrada neste salmo, quando nos diz “Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu teria suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido. Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo. Consultávamos juntos suavemente, andávamos em companhia na casa de Deus” (versos 12 a 14). No segundo livro de Samuel, Aitofel é reconhecido como um alto conselheiro de Davi, de tal forma que seu apoio a rebelião comandada por Absalão causou profundo pesar ao rei, como descrito neste salmo Tal homem pôs as suas mãos naqueles que têm paz com ele; quebrou a sua aliança. As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; contudo, eram espadas desembainhadas” (versos 20,21). Assim que se uniu a Absalão, Aitofel passou a aconselha-lo quanto a seu procedimento a fim de estabelecer-se como rei em lugar de seu pai. Entre os conselhos dados por Aitofel a Absalão estava o de tomar as concubinas de seu pai para si e de conceder-lhe o comando de doze mil homens a fim de perseguir e destruir Davi, razão do clamor levantado neste salmo “Despedaça, Senhor, e divide as suas línguas, pois tenho visto violência e contenda na cidade” (verso 9).

Possivelmente esta tenha sido a circunstância mais dolorosa enfrentada pelo rei Davi durante seu reinado, registrado desta forma neste salmo “O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre mim. Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu” (versos 4,5). A opressão provada pelo rei era tamanha que ele só pode exprimi-la desejando ser miraculosamente livre de seus perseguidores, como nos diz o salmista “Oh! Quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em descanso. Eis que fugiria para longe, pernoitaria no deserto.  Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento da tempestade” (versos 6 a 8). Fiel à sua estratégia de buscar sempre ao Senhor, Davi lança sobre Ele suas ansiedades, certo de seu auxílio “Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará. De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz” (versos 16,17).

As orações de Davi foram ouvidas. Vendo que seu plano fora desbaratado, Aitofel voltou a sua casa, organizou seus afazeres e deu fim a sua própria vida, como o salmista prevê que acontecerá a todos aqueles que assim agem “Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei” (verso 23). Quanto a Davi, mesmo diante de todo o mal que provara, o precioso auxílio do Senhor o permite mais uma vez testemunhar e encorajar todos aqueles que sofrem igual tribulação, ao nos dizer “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; não permitirá jamais que o justo seja abalado” (verso 22).

Que assim seja.

 

 

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