Devocional 31\08\2021 O PODER DA INTERCESSÃO DO JUSTO


 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

31\08\2021

TÍTULO

O PODER DA INTERCESSÃO DO JUSTO

TEXTO

É bem conhecido dos atentos leitores das sagradas Escrituras o diálogo entre Deus e o patriarca Abraão, narrado no décimo oitavo capítulo do livro de Gênesis. Encontrava-se Abraão nos carvalhais de Manre quando viu três mensageiros de Deus vindo a seu encontro. Após anunciarem que Sara daria à luz o descendente prometido, os mensageiros se dirigiram a Sodoma, com a intenção de destruí-la. O diálogo que encontramos neste ponto da narrativa deve nos chamar a atenção por diversos fatores, pelo que faremos bem em examina-lo.

Após Deus ter lhe anunciado sua intenção quanto a cidade de Sodoma, Abraão inicia sua intercessão pelas pessoas daquela cidade dizendo Destruirás também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinquenta justos na cidade, destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro dela?” (Gênesis 18.23,24). A ousadia e humildade de Abraão estavam completamente ancoradas no justo caráter de Deus, fruto de um conhecimento íntimo de Deus, revelado de forma explícita em suas palavras Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (verso 25). A resposta de Deus foi favorável a intenção de Abraão, assim lhe respondendo “Então disse o Senhor: Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles”. A resposta de Deus nos deixa perceber que nem mesmo seu julgamento é destituído de sua misericórdia, pronta a ser demonstrada a uma cidade ímpia e rebelde.

A contagem de Abraão prossegue, seguindo em ordem decrescente quanto ao hipotético número de justos que poderiam ser encontrados em Sodoma, como diz o patriarca Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza. Se porventura de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade?” (versos 27,28). Mesmo diante de um menor número de justos, o Senhor não altera seu parecer, dizendo “Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco (verso 28). A ousadia de Abraão e a paciência de Deus andam juntas, uma vez que o patriarca se dispõe a nova contagem, recebendo do Senhor o mesmo veredito Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei por amor dos quarenta” (verso 29). Entendendo que se excedia em sua intercessão, Abraão vai além em sua proposta, contando com o mesmo consentimento da parte de Deus “Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: Se porventura se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta” (verso 30). Abraão ainda se atreve a baixar o prognóstico de justos em Sodoma a vinte pessoas, depois ainda a apenas dez, recebendo do Senhor o mesmo veredito Não a destruirei por amor dos dez” (verso 32).

É importante que entendamos este comportamento de Abraão a partir de sua própria história. Seu chamado a andar com Deus havia o transformado de tal forma que ele passa a demonstrar características de seu Pai celestial, entre elas a misericórdia para com os homens pecadores. As palavras de Abraão revelam seu interesse pelo bem estar não somente de sua descendência, mas também de pessoas alheias a ele, como os ímpios habitantes de Sodoma, assim como Deus fez em relação a salvação. Abraão também nos ensina como a presença de uns poucos justos pode afetar a vida de uma multidão de ímpios, como Deus se propunha a fazer em relação aos habitantes de Sodoma, por causa de um pequeno bocado de justos que hipoteticamente ali residissem.

Que esta maravilhosa experiência de Abraão fortaleça nossa confiança no que Tiago expõe ao final de sua epístola ao nos dizer “A oração do justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16).

 

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