Devocional 12\09\2021 O LEGADO DE UZÁ


 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

12\09\2021

TÍTULO

O LEGADO DE UZÁ

TEXTO

Os atentos e dispostos leitores das sagradas Escrituras deparam-se em 1 Crônicas capítulo 13 com um acontecimento que requer acurada investigação, a fim de que os salvos compreendam e usufruam da solene exortação refletida neste fato, assim narrado “E, chegando à eira de Quidom, estendeu Uzá a sua mão, para segurar a arca, porque os bois tropeçavam. Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o feriu, por ter estendido a sua mão à arca; e morreu ali perante Deus” (1 Crônicas 13.9,10).

É interessante perceber que Uzá morreu em meio a um momento de alegria e festejos, como descrito “E Davi e todo o Israel, alegraram-se perante Deus com todas as suas forças; com cânticos, e com harpas, e com saltérios, e com tamborins, e com címbalos, e com trombetas” (1 Crônicas 13.8). Sua morte não se deve a algum pecado ou impureza em sua vida, nem por uma atitude mal intencionada. Haveria então algum motivo específico para Deus ter agido de forma tão dura e inclemente com Uzá? A resposta a esta questão exige que retornemos ao tempo quando Deus deu a Israel a lei que regulava o culto e serviço no tabernáculo, instruindo a Arão e seus filhos quanto ao modo que deveriam manejar a arca da aliança “Quando partir o arraial, Arão e seus filhos virão e tirarão o véu da tenda, e com ele cobrirão a arca do testemunho; E pôr-lhe-ão por cima uma coberta de peles de texugos, e sobre ela estenderão um pano, todo azul, e lhe colocarão os varais” (Números 4.5,6). Além de não permitir sua exposição pública, a lei também determinava o modo pelo qual a arca deveria ser transportada “E colocarás as varas nas argolas, aos lados da arca, para se levar com elas a arca” (Êxodo 25.14). Notemos, primeiramente, que todas estas leis específicas foram ignoradas por Davi, ao fazer que a arca fosse transportada de forma inadequada “E levaram a arca de Deus, da casa de Abinadabe, sobre um carro novo; e Uzá e Aiô guiavam o carro” (1 Crônicas 13.7). A razão da morte de Uzá começa a ser entendida a partir desta forma inadequada de lidar com as coisas de Deus.

Também deve chamar nossa atenção a despreocupação de Davi para com os antecedentes que envolviam o manejo da arca do Senhor. Tomada pelos filisteus na batalha de Ebenézer, a presença da arca do Senhor em meio a eles causou muitos males na cidade onde foi deixada, “Porém a mão do Senhor se agravou sobre os de Asdode, e os assolou; e os feriu” (1 Samuel 5.6). Este fato levou os filisteus a devolve-la aos israelitas, onde também causou muitos males devido a forma imprudente com que foi manejada “E Senhor feriu os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor; feriu do povo cinquenta mil e setenta homens” (1 Samuel 6.19). Após este incidente a arca permaneceu ainda vinte anos em Quiriate-Jearim, quando então Davi resolveu levava novamente a Jerusalém, ocasionando então o incidente que acabou na morte de Uzá.

Encontramos neste fato um misto de desprezo a instrução revelada por Deus, associada ao destemor diante de outros acontecimentos associados ao manuseio incorreto da arca, como também ao deixar-se levar pelo espírito de euforia daquele momento, desprezando a maneira correta pela qual Deus havia determinado o manejo das coisas santas. Davi aprendeu com esta dura lição, ao duro preço da vida de Uzá.

O legado de Uzá pertence a todos aqueles que devem se atentar a instrução do Senhor “Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade; Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 12.28,29)

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