Devocional 24\09\2021 O LEGADO DE DIÓTREFES

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

24\09\2021

TÍTULO

O LEGADO DE DIÓTREFES

TEXTO

A dedicada aplicação ao conhecimento da verdade reserva aos atentos leitores das sagradas Escrituras profundas lições advindas da vida de pessoas sinceramente dedicadas aos propósitos de Deus, assim como lições colhidas do mau exemplo praticado por homens ímpios que acabam por colher sua própria destruição. Encontramos na terceira epístola do apóstolo João ambas as situações, sendo abençoados pelo bom exemplo de Gaio e advertidos pela impiedade de Diótrefes, a quem procuraremos melhor conhecer.

Ao que nos parece, o apóstolo João havia escrito uma carta as pequenas igrejas domésticas debaixo da responsabilidade da igreja em Éfeso, porém a mesma foi interceptada por um homem de nome Diótrefes, que assumira um indevido controle sobre aquelas congregações. Por si só esta ação já nos serve de demonstração da ousadia deste homem, uma vez que o escritor da carta era um apóstolo de Jesus, cuja autoridade foi severamente desafiada por esta atitude. João nos revela a razão da ousadia de Diótrefes ao nos dizer que ele procura ter entre eles o primado” (3 João 1.9), ou seja, Diótrefes havia-se colocado como autoridade suprema entre os cristãos daquela região, determinando o que deveria ou não ser realizado entre eles, a tal ponto de proibir que as orientações de um apóstolo fossem acolhidas ali. Porém, sua ousada rebelião não se limitava apenas a este fato, uma vez que João escreve que ele “não nos recebe” (3 João 1.9), o que tanto pode significar que Diótrefes impedia a presença em meio a igreja tanto do próprio João como de seus enviados, como também pode significar que Diótrefes não reconhecia a própria autoridade de João como um apóstolo de Cristo. Claramente Diótrefes era um homem ambicioso do reconhecimento e autoridade ao qual não fazia jus.

Em seguida o apóstolo João assume um tom de denúncia a fim de impedir os males provenientes de tal conduta, dizendo “Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz” (3 João 1.10). Entre tais obras, João cita que Diótrefes se impõe diante da igreja “proferindo contra nós palavras maliciosas” (3 João 1.10), o que indica que ele não somente dirigia ataques pessoais ao apóstolo como também a seu ensino e doutrina, revelando sua oposição a um legítimo líder espiritual constituído pelo próprio Senhor Jesus. Além disto, João também denuncia o comportamento de Diótrefes em relação aos evangelistas itinerantes que andavam entre as igrejas e que necessitavam da hospitalidade por parte de seus irmãos em Cristo, dizendo que Diótrefes “não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja” (3 João 1.10). Ao agir desta forma, Diótrefes se recusava a cooperar com o movimento missionário empreendido pela igreja no primeiro século, possivelmente tendo como objetivo implantar seu próprio ministério em separado do ministério conduzido pelo apóstolo João, impedindo o trabalho missionário, perseguindo aos cristãos que se manifestassem contrários a suas ideias e excluindo seus opositores.

A instrução final de João a respeito de Diótrefes orienta os salvos a não seguir tal padrão de comportamento, ao dizer “Amado, não sigas o que é mal, mas o que é bom” (3 João 1.11). João identifica o comportamento de Diótrefes como mau e danoso ao progresso do evangelho, tratando também de incluir a própria pessoa de Diótrefes nesta questão ao dizer “Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus” (3 João 1.11), ou seja, João claramente identifica Diótrefes como um falso mestre, cujo objetivo era unicamente servir-se do labor daqueles cristãos em benefício próprio, agindo de forma contrária ao espírito cristão e ao amor devido de uns para com os outros.

O mau e condenável legado de Diótrefes pertence a todos aqueles que enxergam no cristianismo uma fonte de ganho.

 


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