Devocional 17\10\2021 A TERRA QUE EMBEBE A CHUVA


 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

17\10\2021

TÍTULO

A TERRA QUE EMBEBE A CHUVA

TEXTO

O sexto capítulo da epístola aos hebreus lança diante dos diligentes leitores das sagradas Escrituras um dos textos mais desafiadores quanto ao discernimento de sua destinação. Os versos 4 a 6 deste capítulo estabelece a condição de pessoas ligadas ao judaísmo e que haviam se aproximado do cristianismo, para logo depois retornarem as fileiras judaicas. O que o autor desta epístola pretende em seu argumento é demonstrar a condição de tais pessoas, ao mesmo tempo que exorta os salvos a respeito do que Deus espera deles. Faremos bem, pois, em examinar esta verdade.

Ao falar da condição daqueles que estavam retornando ao judaísmo após tomarem conhecimento da verdade do evangelho, o autor nos diz que a algo impossível em relação a eles, o que nos obriga a discernir o que exatamente lhes havia acontecido. O verso 4 nos diz que eles “já uma vez foram iluminados”, apontando para a função do evangelho em iluminar o entendimento dos homens quanto a verdade em Cristo. Eles também “provaram o dom celestial”, ou seja, a revelação dada por Deus aos homens, referindo-se novamente a Cristo e o evangelho. O autor nos diz que tais pessoas “se tornaram participantes do Espírito Santo”, referindo-se ao ministério do Espírito em convencer os perdidos “do pecado, e da justiça e do juízo” (João 16.8). Notemos que em momento algum é nos dito que tais pessoas foram habitadas pelo Espírito Santo. Também nos é dito que eles “provaram a boa palavra de Deus”, se referindo que ouviram as boas novas do evangelho, como também “as virtudes do século futuro”, ou seja, a esperança baseada nas promessas de Deus em Cristo. Porém, a respeito destas mesmas pessoas que provaram de tamanho privilégio espiritual é dito que “recaíram”, significando que, mesmo tomando conhecimento do evangelho, a decisão daquelas pessoas foi retornar ao judaísmo, onde o autor nos diz que “é impossível” encontrar a salvação, uma vez que ela é estabelecida unicamente pela fé no sacrifício perfeito de Cristo. Notemos também que em momento algum é dito a respeito de tais pessoas que eles creram em Jesus Cristo, e seu retorno ao judaísmo simplesmente demonstra sua incredulidade quanto ao Salvador.

A exortação que vem logo a seguir a esta triste questão procura despertar os salvos quanto a sua responsabilidade diante de tantos privilégios espirituais concedidos por Deus a eles, ao dizer “Porque a terra que embebe a chuva, que muitas vezes cai sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus” (Hebreus 6.7). Assim como a chuva rega a terra, que uma vez trabalhada pelo lavrador recebe de Deus a benção da colheita, também devem os salvos cumprir sua responsabilidade, praticando a verdade do evangelho que lhes é apresentada, a fim de receberem as bençãos decorrentes da obediência. O verso seguinte procura demonstrar aos salvos as consequências de não cumprirem sua responsabilidade de praticarem o que lhes é ensinado, dizendo “Mas a que produz espinhos e abrolhos, é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada” (Hebreus 6.8). Com isto o autor desta epístola demonstra que não basta, seja aos salvos seja aos perdidos, apenas ouvirem o que o evangelho tem a lhes dizer, sem que exerçam a fé em sua verdade. Tais como os judaizantes, que tendo tomado conhecimento da preciosa verdade do evangelho, voltaram as velhas e caducas práticas do judaísmo, que de nada lhes aproveitaria.

Por isso se espera dos salvos que produzam os frutos concernentes aos privilégios recebidos, como lhes é encorajado por Tiago, ao dizer “Aquele, porém, que atenta para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem aventurado no seu feito” (Tiago 1.25).

 

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