Devocional 27\10\2021 EM NADA SEREI CONFUNDIDO


 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

27\10\2021

TÍTULO

EM NADA SEREI CONFUNDIDO

TEXTO

É em meio as aflições que a mentalidade mundana e a mentalidade cristã demonstram a verdadeira natureza que as compõem e diferenciam. Enquanto as pessoas que mantem sua esperança e confiança neste mundo passageiro observam as muitas aflições da vida como algo inútil e indesejado, somente os salvos em Cristo são capacitados a crer que mesmo as mais difíceis provações têm seu objetivo e alvo muito bem estabelecidos e controlados por Deus. Ao observarmos a conduta do apóstolo Paulo revelada na epístola aos filipenses, encontramos pérolas de grande valor quanto a forma pela qual os salvos são encorajados em suas aflições, como quando o apóstolo se dirige a eles dizendo Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido” (Filipenses 1.20). Observemos com atenção as palavras do apóstolo aos gentios.

A palavra usada por Paulo para “expectação” é encontrada apenas aqui e em sua epístola aos romanos, quando diz “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus” (Romanos 8.19), se referindo a expectativa por parte da criação quanto a manifestação de Jesus Cristo. Esta expressão significa literalmente contemplar com o pescoço esticado, ou seja, vigiar ansiosamente à espera de algo que está para acontecer. Note que está espera se dá de forma “intensa”, ou seja, ardente, como algo muito desejado pelo apóstolo, que também usa a palavra “esperança”, não na esperança da vida eterna, mas no sentido da expectativa de que sua vida será útil ao Senhor. Ao usar a palavra “confundido” Paulo se refere a ser envergonhado, iludido, o que revela o discernimento de Paulo em relação as aflições causadas por seu aprisionamento, reconhecidas por ele não como algo inútil e infrutífero, mas sim como algo permitido pelo Senhor e que resultaria em bençãos a muitas pessoas. Em momento nenhum encontramos Paulo impaciente diante do preço a ser pago por ele por pregar o evangelho, mas sim em ardente expectativa pela forma que Deus usaria suas prisões a fim de exaltar Jesus Cristo.

Quão importante é que os salvos aprendam com o grande apóstolo a manifestarem a mesma expectativa em meio as aflições que enfrentam. Mesmo que Paulo já tivesse percebido que o fim provável de seu encarceramento seria sua morte, em momento algum o encontramos a queixar-se ou amargurar-se. Qual era o grande segredo do apóstolo? O que o capacitava a enfrentar as aflições desta fora? Entenderemos esta verdade se reconhecermos que em momento algum Paulo nutriu qualquer expectativa quanto a si mesmo, e que em momento algum ele buscou alguma forma de engrandecimento pessoal, nem reconhecimento por parte das demais pessoas. É bom que reconheçamos que são as grandes e enganosas expectativas quanto a nós mesmos que nos trazem as maiores frustrações e infelicidades, coisas das quais o apóstolo se livrou ao reconhecer “Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira” (Atos 20.24), demonstrando que sua grande expectativa dizia respeito unicamente a glória de Jesus Cristo e não a sua pessoa.

Se por um lado Paulo se alicerçava sobre uma perspectiva correta do amor de Deus por ele, que jamais seria mudado, por outro o apóstolo se firma em uma perspectiva correta a respeito de si mesmo, impedindo que se sentisse injustiçado diante das difíceis circunstancias que enfrentava. Paulo entendia que tudo que havia recebido de Deus fora pela graça e que tudo que sofria não podia comparar-se aquilo que o bom salvador havia feito por ele.

Somente o homem que pensa corretamente a respeito de si mesmo é capaz de enfrentar as circunstâncias da vida regozijando-se em Cristo.

 

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