Devocional 12\11\2021 O PRIVILÉGIO DE CRER E PADECER POR CRISTO


 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

12\11\2021

TÍTULO

O PRIVILÉGIO DE CRER E PADECER POR CRISTO

TEXTO

O atento leitor das sagradas Escrituras encontra na epístola aos filipenses um relato profundo e sincero do apóstolo Paulo quanto as muitas aflições enfrentadas por ele em seu ministério. Do caminho de Damasco a prisão Mamertina em Roma, onde foi sentenciado, Paulo enfrentou toda sorte de dores a fim de cumprir a missão lhe outorgada por seu Salvador “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (Atos 9.15,16). Paulo padeceu como poucos as aflições do evangelho, de tal forma que somente poderia ter vindo de sua pena a difícil exortação dirigida não somente aos filipenses, mas a todos os salvos de todas as épocas da igreja, quando nos diz Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Filipenses 1.29). Que reflitamos seriamente a respeito desta profunda verdade.

Comecemos pelo fato que deve ser bem entendido pelos salvos, sofrer por amor e fidelidade a Cristo é um sublime privilégio concedido aos que foram redimidos pelo seu precioso sangue. A expressão “vos foi concedida” usada por Paulo significa literalmente “dar livremente”, “dar como um favor”. Esta palavra vem da mesma raiz da palavra graça, de forma que que tanto a fé como os sofrimentos do salvo são reconhecidos aqui como privilégios que lhes foi concedido em Cristo e que pertencem unicamente aos salvos. A estes foi concedido não somente crer, mas crer nEle e padecer por Ele. Porém não imaginemos que tal padecimento se dará de forma imposta, como uma decisão unilateral da parte de Deus. Como um privilégio, tal padecimento pode ser recusado pelo salvo mediante sua postura amigável para com este mundo, constituindo-se tal fato em um ato de infidelidade do cristão para com seu Salvador, como bem nos exorta Tiago “qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4.4).

É, porém, igualmente importante que todo salvo em Cristo perceba que o padecimento por amor e fidelidade a Cristo constitui-se em uma prova clara de sua correta posição para com Deus, uma vez que o padecimento mencionado por Paulo tem como causa “a Cristo”, ou seja, devido a ligação e lealdade do salvo para com seu salvador. Paulo absorveu de forma tão profunda esta verdade que ao escrever aos colossenses ele diz Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Colossenses 1.24). De forma alguma estas palavras de Paulo significam que faltaram a Cristo padecimentos que agora devem ser enfrentados pelos seus discípulos, mas sim que o padecimento enfrentado pelos salvos é da mesma natureza do padecimento que Jesus sofreu devido a oposição deste mundo contra Deus, ou seja, o mundo derrama sobre a igreja de Cristo o mesmo ódio que derramou contra o unigênito Filho de Deus.

Reconhecemos que a possibilidade de sofrer por Cristo naturalmente causa temor aos salvos, porém Paulo procura mostrar aqui que este temor não é necessário, uma vez que se trata unicamente da marca de sua eterna união com Cristo. Basta que relembremos as palavras do próprio Senhor dirigidas a Policarpo, bispo de Esmirna, quando diz Nada temas das coisas que hás de padecer... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10). O padecimento é o presente que os salvos recebem por terem se unido a Cristo.

 

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