DEVOCIONAL 09\12\2021 MAS ERA JUSTO ALEGRARMO-NOS E FOLGARMOS
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
09\12\2021
TÍTULO
MAS ERA JUSTO ALEGRARMO-NOS E FOLGARMOS
TEXTO
A parábola do filho
pródigo está entre as mais conhecidas porções das sagradas Escrituras. Entre as
tantas razões que justifiquem este fato está a forma profunda e inequívoca pela
qual a alma humana é cruamente retratada nesta parábola, da mesma forma como o
justo caráter de Deus é revelado a nós na pessoa daquele pai. Originalmente
está parábola é uma resposta a oposição dos judeus contra Jesus ao acusa-lo de
sentar-se a mesa com publicanos e pecadores, sendo a figura metafórica do filho
mais velho uma expressão real da alma judia em defesa de seus conceitos de
moralidade e merecimento, exemplificado na reação do filho mais velho ao
deparar-se com o banquete oferecido pelo pai em celebração ao retorno de seu
filho, assim narrado por Lucas “E o seu filho mais velho
estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as
danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio
teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. mas ele se indignou, e não queria entrar” (Lucas 15.25 a 28).
Notemos que o filho mais
velho chega do trabalho no campo quando os preparativos para a festa já haviam
começado. Ele faz perguntas aos servos sobre o que está acontecendo,
imediatamente enfurecendo-se pela forma que seu pai havia recebido seu irmão. Era
costume em eventos assim que o filho mais velho circulasse entre os convidados,
como anfitrião da festa, certificando-se que tudo estava bem, porém ele se
recusa a entrar em casa, não aceitando participar da festa e ainda discutindo
publicamente com seu pai. Seus ataques verbais e suas palavras não parecem as
que um filho dirigiria ao pai, assim como suas muitas acusações ao irmão e
depois ao pai demonstram seu profundo descontentamento com tudo o que está
ocorrendo. Ele se vangloria de jamais ter desobedecido as ordens do pai, apesar
de ser exatamente isto que fazia naquele momento, acusando seu pai de
favoritismo, por este ter honrado o filho rebelde com o bezerro cevado,
enquanto ele jamais ganhou um cabrito sequer. Perceba que, a semelhança do tratamento
dispensado pelos judeus a Jesus, tudo o que este filho diz se baseia na lei, no
mérito e na recompensa, ao invés de ser baseado no amor e na graça, revelando
assim que não havia diferença entre ele e seu irmão rebelde, pois ambos se
interessavam pela mesma coisa, as riquezas de seu pai.
Este incidente revela que
o relacionamento do filho mais velho com o pai também não é bom, porém, assim
como o pai restaurou a comunhão com o filho mais moço ele também busca
restaurar a comunhão com o filho mais velho. Apesar de não ser chamado de pai,
chama o jovem de filho, reagindo com amor e ternura aos ataques de fúria
injustamente dirigidos a ele. Seu argumento para com o filho mais velho é
sincero e direto “Mas era justo
alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu;
e tinha-se perdido, e achou-se” (Lucas 15.32). Através
destas palavras o pai simplesmente quer dizer-lhe “Eu apenas quero que você se alegre comigo”, porém, o
orgulho legalista daquele filho mais velho o impediu de aceitar este convite.
Vigiemos, a fim de que tal fato não se repita conosco.
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