DEVOCIONAL 06\02\2022 O SALMO 77 E OS MALES DA INSTROSPECÇÃO
DEVOCIONAL
DIÁRIO
DATA
06\02\2022
TÍTULO
O SALMO 77 E OS MALES DA INSTROSPECÇÃO
TEXTO
O
atento leitor das Sagradas Escrituras encontra no Salmo 77 a narrativa de Asafe
diante de aflições vividas por ele sem que a causa decorra de algum pecado
encoberto ou de algum ato de irresponsabilidade em sua conduta. Asafe
testemunha da aflição recorrente de sua atitude em buscar dentro de si mesmo
uma resposta a suas tribulações, sem que jamais as tenha encontrado. É bom que
reconheçamos que tal fato pode também se dar conosco em nossos dias, de forma
que faremos bem em examinar este salmo a fim de não cairmos nesta mesma
armadilha.
Iniciamos
por reconhecer que esta dolorosa experiência vivida por Asafe é fruto de usa
atitude de voltar-se para dentro de si mesmo em busca de
respostas, o que chamamos de introspecção, ou seja, o ato de buscar saber o que
se passa no mais íntimo de si próprio. Tal ação, além de inútil, mostrou-se
prejudicial a ele, a ponto de revelar-nos seu estado “Lembrava-me de Deus, e me perturbei; queixava-me, e o meu espírito
desfalecia” (verso 3). Asafe buscava dentro de si
mesmo um “porque” que lhe concedesse respostas a suas dúvidas, o que acabou por
causar-lhe insônia e paralisia das cordas vocais “Sustentaste os meus olhos
acordados; estou tão perturbado que não posso falar” (verso 4).
Reconheçamos quão inútil e danoso é alma do salvo buscar respostas em si mesmo
e não no Senhor, na forma como Asafe o fez.
É também importante
que percebamos que as indagações de Asafe a sua própria alma acabaram por
resultar em uma ainda maior confusão em seus sentidos, uma vez que as respostas
que ele obteve em si mesmo eram falsas “Rejeitará o Senhor para sempre e não
tornará a ser favorável? Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se já a
promessa de geração em geração? Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas
misericórdias na sua ira?” (versos 7 a 9). A auto inquirição de
Asafe acabou por distorcer a verdade a respeito de quem é
Deus, fazendo com que Deus se pareça mais com um homem do que com Deus, um ser
cheio de caprichos e vaidades, abrindo as portas para que a noção maligna de
que Deus não deseja seu bem fosse aceita, ou seja, Deus não é tão bom quanto
sua palavra anuncia.
A prova
de que Asafe havia colhido falsas respostas ao busca-las dentro de si mesmo é a
mudança radical que encontramos ao final do Salmo 77. Se a primeira porção do
salmo nos apresenta um homem introspectivo e egocêntrico, os versos seguintes
nos revelam um filho de Deus disposto a contemplar seu Pai celestial, começando
por recordar de seus atos amorosos “Eu me
lembrarei das obras do Senhor;
certamente que eu me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. Meditarei
também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos” (versos
11 e 12). Asafe passa a contemplar os muitos atos graciosos de Deus para com
seu povo, em especial da libertação do jugo egípcio de uma forma como somente
Deus poderia fazer. O resultado disto é que, ao tirar os olhos de si mesmo e coloca-los na revelação de Deus, Asafe
achou muito mais que respostas a suas dúvidas, ele encontrou certezas que
conduzem seu caminho.
Que aprendamos com Asafe
que os filhos de Deus devem andar pela fé e não pela confiança em si mesmos.
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