DEVOCIONAL DIÁRIO 31\12\2022 A LIÇÃO DO REI SAUL

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

30\12\2022                                                                                 

TÍTULO

A LIÇÃO DO REI SAUL

TEXTO

Entre as mais nefastas artimanhas de nosso coração pecaminoso está sua habilidade de nos fazer acreditar que lançar sobre outros a responsabilidade por nossas más atitudes pode justificar ações que sabíamos serem incorretas. Possivelmente a forma mais comum de pecarmos desta forma seja confessar nossos pecados enquanto responsabilizamos a outros por os termos cometido. Assim agiu o rei Saul após sua inabilidosa ação contra os amalequitas, que acabou por atrair sobre ele a ira do Senhor e determinou o fim precoce de seu reinado. É bom que ouçamos com atenção a narrativa deste episódio.

A narrativa do capítulo 15 do primeiro livro do profeta Samuel inicia pela ordem clara transmitida pelo profeta ao rei Saul “Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos” (verso 3). Saul cumpriu a ordem de atacar os amalequitas, porém sem obedece-la completamente “E Saul e o povo pouparam a Agague, e ao melhor das ovelhas e das vacas, e as da segunda ordem, e aos cordeiros e ao melhor que havia, e não os quiseram destruir totalmente; porém a toda a coisa vil e desprezível destruíram totalmente” (verso 9). A reação do Senhor foi imediata “Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras” (verso 11). Ao encontrar Saul na manhã seguinte, já lhe tendo revelado o Senhor o que ele houvera feito, Samuel lhe indaga “Que balido, pois, de ovelhas é este aos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço?” (verso 14), ao que Saul lhe responde, já justificando sua má conduta “De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao Senhor teu Deus” (verso 15). Repreendido pelo profeta Samuel devido a sua desobediência, Saul procura se esquivar de sua responsabilidade “Antes dei ouvidos à voz do Senhor..., Mas o povo tomou do despojo ovelhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao Senhor teu Deus em Gilgal” (versos 20,21). Ouvindo uma repressão ainda mais dura por parte do profeta, o rei reconhece “Pequei, porquanto tenho transgredido a ordem do Senhor e as tuas palavras; porque temi ao povo, e dei ouvidos à sua voz” (verso 24).

Há três questões importantíssimas na fala de Saul. Primeiro, ele estava certo sobre qual foi seu pecado “Pequei, porquanto tenho transgredido a ordem do Senhor e as tuas palavras”. Saul havia pecado contra o Senhor ao não obedecer a sua ordem direta e contra o profeta Samuel ao ignorar sua autoridade de profeta do Senhor. O erro de Saul ocorre quando ele justifica sua desobediência tendo por base a atitude do povo “porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao Senhor teu Deus”. Para Saul o problema era o povo e não o próprio coração pecaminoso. Foi necessário que o senhor disciplinasse duramente a Saul, a fim de preservar o reino de Israel “O Senhor tem rasgado de ti hoje o reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu”.

Através desta má conduta o rei Saul tornou-se um exemplo de alguém que se deixa enganar pelo próprio coração, não se permitindo convencer que realmente pecou. Aos tais, a exortação do salmista é propícia e necessária “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Salmo 66.8). Que a lição do rei Saul nos sirva de advertência.