DEVOCIONAL DIÁRIO 21\01\23 A LIÇÃO DOS DEZ LEPROSOS
DEVOCIONAL
DIÁRIO
21\01\23
TÍTULO
A LIÇÃO DOS DEZ LEPROSOS
TEXTO
A forma meticulosa como o
evangelista Lucas registra “...tudo o
que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (Atos 1.1) deve servir de
grande benção ao povo de Deus, uma vez que os registros históricos produzidos
por ele estão entre os mais qualificados e bem produzidos documentos a respeito
da vida de Jesus. Encontramos no capítulo 17 de seu evangelho uma demonstração
desta virtude, ao narrar o encontro de Jesus com dez homens leprosos enquanto
se dirigia a Jerusalém pela última vez antes de sua morte. Este registro nos
permite contemplar naqueles dez homens uma figura que representa muitíssimo bem
a condição da raça humana atingida mortalmente pelo pecado, assim como a ação
misericordiosa de Deus em favor dos homens. Há lições preciosas neste texto, e
faremos bem em prestar-lhe atenção.
Primeiramente, pensemos
na principal forma através da qual Deus torna o ser humano sensível a real e
triste condição a que está sujeito. A lepra havia tornado aqueles dez homens
verdadeiros párias em sua sociedade, excluindo-os do convívio com suas famílias
e impedindo-os de seguirem com suas vidas cotidianas, apenas a espera da morte,
em um processo doloroso e cruel. Lucas nos revela que eles possuíam consciência
de sua triste realidade ao nos dizer que eles “pararam de longe; e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem
misericórdia de nós” (Lucas 17.12). Teriam estes mesmos homens clamado pelo
socorro de Jesus sem que a enfermidade os tivesse levado a tão triste condição?
A semelhança da mulher que sofria enferma há doze anos, sem obter qualquer
ajuda (Marcos 5.25,26), e do pai que contempla os demônios consumindo a vida de
seu filho (Marcos 9.18), são as amargas experiências um instrumento eficaz para
tornar o ser humano sensível a sua real necessidade, como nos ensina o apóstolo
Paulo “Ou desprezas tu as riquezas da
sua benignidade...ignorando que a benignidade de Deus te leva ao
arrependimento?” (Romanos 2.4).
A narrativa de Lucas
também nos serve de instrução do modo de Deus agir em socorro de suas
criaturas. A resposta de Jesus ao clamor desesperado daqueles dez homens é
simples e direta “Ide, e mostrai-vos aos
sacerdotes” (Lucas 17.14). Notemos que Jesus não propõe a eles nenhum
ritual de purificação, como também não faz uso de nenhum recurso material ou de
medicamentos específicos para a doença que os afligia. Jesus simplesmente diz “Ide”. Este modo de Jesus agir nos faz
lembrar da forma usada por Deus para curar o comandante sírio Naamã, a quem o
profeta Eliseu ordenou que mergulhasse sete vezes no rio Jordão a fim de ser
curado. Diante do aparente descaso do profeta Eliseu, Naamã pôs-se a queixar-se
“Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor seu Deus, e passará a sua
mão sobre o lugar, e restaurará o leproso” (2 Reis
5.11). Que os homens compreendam que o verdadeiro poder não reside em rituais
místicos, mas sim na palavra de Deus, como Jesus bem o demonstrou ao
ressuscitar um homem morto há quatro dias “Lázaro, vem para fora. E o que
fora defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas” (João
11.43,44). Não há limites ao poder da palavra de Deus.
Finalmente, reconheçamos
que a maior parte daqueles que são alvo do poder de Deus, não reconhecem que
foi unicamente este poder, e não os recursos humanos, a razão de sua benção.
Lucas registra a indagação de Jesus após apenas um deles ter retornado para
render-lhe adoração “Não foram dez os
limpos? E onde estão os nove?” (Lucas 17.17). Dez homens foram curados de
sua enfermidade, mas apenas sobre um deles é dito “Levanta-te e vai, a tua fé te salvou” (Lucas 17.19). Assim, é
incontável o número daqueles aos quais Deus silenciosamente agracia pelo seu
poder, mas mínima a porcentagem dos que reconhecem a bondade e misericórdia do
Senhor.
Que estejamos entre estes
poucos, para nosso bem e para a glória do Deus todo-poderoso.
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