DEVOCIONAL DIÁRIO 17\03\2023 AS ESCRITURAS E A QUESTÃO DA ESCRAVIDÃO HUMANA


DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

17\03\2023

TÍTULO

AS ESCRITURAS E A QUESTÃO DA ESCRAVIDÃO HUMANA

TEXTO

Entre as tantas formas pelas quais os críticos da Bíblia a tentam desacreditar está o falso argumento que a palavra de Deus não somente tolera como apoia a escravidão humana e toda injustiça e crueldade associada a ela. Tanto o Velho como o Novo Testamento reconhecem a realidade da escravidão humana como prática dos povos contemporâneos da nação de Israel e posteriormente dos povos alcançados pela pregação do evangelho, assim como a existência de escravos tanto na sociedade israelita como em meio a igreja cristã. Porém, em momento algum a Bíblia defende ou incentiva a escravidão humana, pelo contrário, os preceitos bíblicos da igualdade entre os seres humanos, independente de sua raça ou condição social, serviram para moldar a consciência humana a um padrão muito acima do que existia antes das Escrituras sagradas.

A escravidão humana era uma realidade antes e durante os séculos de formação da nação de Israel, de forma que foi necessário a lei mosaica incluir preceitos que limitassem a crueldade com a qual os escravos eram tratados, fossem eles pessoas de outros povos escravizados durante as guerras, fossem eles judeus que chegavam à escravidão devido a necessidade de saldar suas dívidas. A proteção a integridade física dos escravos era ordenada pela lei, estabelecendo punições aos senhores cruéis “Se alguém ferir a seu servo, ou a sua serva, com pau, e morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado” (Êxodo 21.20), assim como um tratamento humano, conferindo-lhes o descanso necessário Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho...para que o teu servo e a tua serva descansem como tu” (Deuteronômio 5.14). Em relação aos próprios judeus que se tornavam escravos de seus irmãos, as condições eram ainda mais severas, exigindo sua libertação após seis anos de serviço “Quando teu irmão hebreu ou irmã hebreia se vender a ti, seis anos te servirá, mas no sétimo ano o deixarás ir livre” (Deuteronômio 15.12), incluindo também o fato que eles deveriam ser recompensados após seus anos de serviço “E, quando o deixares ir livre, não o despedirás vazio” (Deuteronômio 15.13). A lei mosaica também os fez saber a razão pela qual sua atitude para com pessoas escravas deveria respeitar os limites estabelecidos por Deus Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido” (Deuteronômio 5.15), por esta razão sua conduta deveria levar em conta o Senhor e sua autoridade Não te assenhorearás dele com rigor, mas do teu Deus terás temor” (Levítico 25.43).

O tratamento dispensado pela lei mosaica aos servos e escravos não encontra paralelo em nenhum outro código entre as nações orientais. Nem mesmo o conhecido Código de Hamurabi, quase da mesma época que a lei mosaica e que visava reger as relações dos reinos na mesopotâmia, estabeleceu regras tão humanas como o fez a lei, demonstrando uma sensibilidade moral jamais vista em outras nações. Ao contrário do que seus oponentes tentam fazer parecer, a Bíblia não pode ser usada como uma permissão para a escravidão humana. O ensinamento bíblico está alicerçado pelo princípio estabelecido desde a criação dos homens: todos eles são portadores da imagem de Deus, como registrado no livro de Gênesis “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1.26,27).

 

 

 

 

 

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