Lições de Escatologia #5 - Bases da Interpretação
TEMA
ESCATOLOGIA
MANUAL DE ESCATOLOGIA (J.
DWIGHT PENTECOST)
CAPÍTULO
#05 REGRAS PARA A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS PROFÉTICOS
RECAPITULAÇÃO DA AULA
ANTERIOR
A INTERPRETAÇÃO DAS
PASSAGENS PROFÉTICAS
a.
AS CARACTERÍSTICAS DAS PASSAGENS
PROFÉTICAS
b.
O ELEMENTO CRONOLÓGICO NAS PASSAGENS
PROFÉTICAS
1. Os profetas frequentemente falam de coisas futuras
como se fossem presentes a eles
2. Os profetas também podem falar de coisas futuras
como se fossem passadas
c.
A LEI DE DUPLA REFERÊNCIA
As
mesmas profecias podem possuir sentido duplo e referir-se a diferentes
acontecimentos, um próximo, outro distante.
d.
PROFECIAS CONDICIONAIS
1. Previsões que contém elementos condicionais
2. Previsões que contém elementos
condicionais e incondicionais
3. Previsões incondicionais
I)
OS MÉTODOS DE REVELAÇÃO PROFÉTICA
Deus
se utiliza de diversos canais a fim de revelar suas profecias.
a.
A REVELAÇÃO PROFÉTICA POR MEIO DE
TIPOS
b.
A REVELAÇÃO PROFÉTICA POR MEIO DE
SÍMBOLOS
c.
A REVELAÇÃO PROFÉTICA POR MEIO DE
PARÁBOLAS
d.
A REVELAÇÃO PROFÉTICA POR MEIO DE
SONHOS E VISÕES
INTRODUÇÃO
A
interpretação de textos proféticos segue o mesmo princípio literal de
interpretação de outros textos bíblicos:
ü O significado das palavras (gramática)
ü O conteúdo do contexto da passagem
ü A situação histórica
É
importante se assegurar de alguns fatos:
ü A posição histórica do profeta
ü O objetivo de seu livro
ü O uso e significado de suas palavras e símbolos
ü A comparação com outras profecias nas Escrituras
Usemos
como exemplo uma expressão encontrada nas Escrituras “o dia do Senhor”
Joel
1.15
15. Ai do dia! Porque o dia do Senhor está perto,
e virá como uma assolação do Todo-Poderoso.
1
Tessalonicenses 5.2
2. Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o
ladrão de noite;
ü O significado das palavras (gramática)
Nem sempre a palavra “dia” se aplica
exclusivamente a um período de 24h.
Neste caso esta expressão é usada para referir-se a
todo um plano de acontecimentos que inclui a tribulação, a segunda vinda de
Cristo e toda a era milenar.
Lembremos o que Pedro nos diz:
2 Pedro 3.8
8. Mas,
amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como
mil anos, e mil anos como um dia.
ü O conteúdo do contexto da passagem
A
ideia de julgamento é preponderante
Sofonias
1.14,15
14. O grande dia do Senhor está perto,
sim, está perto, e se apressa muito; amarga é a voz do dia do Senhor; clamará ali o poderoso.
15. Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação
e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão,
dia de nuvens e de densas trevas,
O
dia do Senhor inclui o período tribulacional
Zacarias
14.1 a 4
1. EIS que vem o dia
do Senhor, em que teus
despojos se repartirão no meio de ti.
2. Porque eu ajuntarei
todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas
serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o
cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade.
3. E o Senhor sairá, e pelejará contra
estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha.
4. E naquele dia estarão
os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de
Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para
o oriente e para o ocidente, e haverá um vale
muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade
dele para o sul.
O dia do Senhor inclui o milênio e a
destruição deste mundo, assim como um novo céu e nova terra.
2 Pedro 3.10
10. Mas o dia do Senhor
virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo,
e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se
queimarão.
ü A situação histórica
Diante
da histórica impiedade da nação de Israel, o Senhor prometeu converte-los de
seus maus caminhos, e Ele fará isso dentro do grande dia do Senhor.
Malaquias
4.5,6
5. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e
terrível dia do Senhor;
6. E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a
seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.
Da
mesma o dia do Senhor estabelecerá o julgamento de Deus sobre as nações
Isaías
26.21
21. Porque eis que o Senhor sairá
do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade,
e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seu mortos.
É
importante se assegurar de alguns fatos:
ü A posição histórica do profeta
Observemos
em particular o livro do profeta Isaías
Seu
ministério inicia aproximadamente em 739 a.C.
Neste
período a nação de Israel estava dividida em duas: as 10 tribos do norte e as 2
tribos do sul.
Em
732 a.C. os assírios levaram cativas as 10 tribos do norte, Deus assim estava
disciplinando a nação devido a idolatria.
Isaias
teve um longo ministério, em torno de 60 anos.
Os
capítulos 1 a 39 compreendem o período quando Senaqueribe, rei da Assíria,
ocupou as tribos do norte e cercou Jerusalém.
A
cidade foi livrada da destruição pela mão do Senhor, em uma demonstração do que
o Senhor fará por Jerusalém no período tribulacional
Isaías
37.33 a 37
33. Portanto, assim diz o Senhor acerca
do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; tampouco
virá perante ela com escudo, ou levantará trincheira contra
ela.
34. Pelo caminho por onde vier, por esse voltará; porém nesta cidade não
entrará, diz o Senhor.
35. Porque eu ampararei esta cidade, para livrá-la, por amor de mim e por
amor do meu servo Davi.
36. Então saiu o anjo do Senhor,
e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e,
quando se levantaram pela manhã cedo, eis que todos estes eram corpos mortos.
37. Assim Senaqueribe, rei da Assíria, se retirou, e se foi, e voltou, e
habitou em Nínive.
ü O objetivo de seu livro
Isaías
profetizou antes que as tribos do sul fossem levadas ao cativeiro babilônico em
586 a.C.
Sua
mensagem foi de denúncia e repreensão pelos pecados do povo e de esperança de
uma futura restauração.
Isaías
1.18
18. Vinde então, e raciocinemos juntos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados
sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.
ü O uso e significado de suas palavras e símbolos
Há
32 menções a fogo.
Na
Bíblia fogo é um símbolo da presença, ação e julgamento de Deus.
Isaías
6.6,7
6. Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa
viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7. E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto
tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado.
ü A comparação com outras profecias nas Escrituras
O profeta Isaías foi contemporâneo do
profeta Miqueias.
É bem possível que ambos estivessem familiarizados com a mensagem um do outro, já que o texto de Isaías 2:2-4 e Miquéias 4:1-3 são muito semelhantes.
O ministério do profeta Isaías foi precedido pelo o ministério do profeta Amós e pelo ministério do profeta Oséias; apesar de que Oséias também foi seu contemporâneo durante algum tempo. Amós e Oséias profetizaram, principalmente, sobre o Reino do Norte. Já Isaías e Miquéias se concentraram mais no Reino do Sul.
Regras de interpretação dos textos proféticos:
I)
A PASSAGEM PROFÉTICA DEVE SER
INTERPRETADA LITERALMENTE
Ao
revelar uma profecia o profeta está vivendo em meio a realidade de sua vida e
de seu povo, entre coisas concretas e não entre símbolos e coisas abstratas.
O
uso do método alegórico na interpretação das Escrituras normalmente serve para
harmonizar os textos proféticos com falsas doutrinas defendidas por seitas.
O
maior defensor do método literal de interpretação dos textos proféticos é o
cumprimento literal das profecias que já se concretizaram. Este fato nos garante
que as profecias que ainda se darão também se concretizarão literalmente.
A
única maneira segura de saber como Deus cumprirá as profecias futuras é
observar como as profecias passadas foram cumpridas, todas literalmente.
II A PASSAGEM PROFÉTICA DEVE SER INTERPRETADA
CONFORME A HARMONIA DA PROFECIA
Toda
profecia deve ser interpretada em harmonia com o plano profético.
Pedro
deixa esta questão clara ao dizer:
2
Pedro 1.20,21
20. Sabendo primeiramente isto: Que nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação.
21. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os
homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
Ao
dizer que “profecia da Escritura é de particular interpretação” Pedro nos diz que nenhuma profecia deve ser interpretação somente com
referência a si mesma.
Cada profecia é parte
da grande revelação de Deus quanto a seu plano, razão pela qual devemos
interpretar cada profecia tendo em mente todo o plano profético.
O resultado de
usarmos este método é que cada previsão iluminará o entendimento de outra e
assim consecutivamente.
III)A
PASSAGEM PROFÉTICA DEVE SER INTERPRETADA CRISTOLÓGICAMENTE
O
tema central de todas as profecias é o Senhor Jesus, sua pessoa e obra são o
grande tema da história profética.
1
Pedro 1.10,11
10. Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que
profetizaram da graça que vos foi dada,
11. Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que
estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a
Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
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