A LIÇÃO DE ASAFE - DEVOCIONAL DIÁRIO 11\04\2023
DEVOCIONAL
DIÁRIO
DATA
11\04\2023
TÍTULO
A LIÇÃO DE ASAFE
TEXTO
O
Salmo 77 é classificado como um salmo de lamentação, onde o salmista clama a
Deus por auxílio diante de alguma dificuldade. Não nos é revelada a causa das
dificuldades enfrentadas por Asafe nesta ocasião, porém entendemos que alguma
situação muito difícil havia ocorrido para causar a ele tanta tristeza. A fim
de compreendermos a condição do salmista é importante que salientemos alguns
pontos: primeiro, que os problemas de Asafe não decorrem de pecados encobertos
nem de atos de irresponsabilidade, recorrem unicamente de uma mente que teima
em voltar-se para dentro si mesma buscando respostas que ali jamais serão
encontradas. Isso acontece com pessoas que amam a Deus, que servem a Deus, que
adoram a Deus e que mesmo assim caem nesta terrível armadilha. Encontramos nos versos 2 a 10 deste salmo nada menos
do que dez vezes o uso de pronomes pessoas por parte de Asafe, enquanto que por
apenas cinco vezes Asafe se refere a Deus. O que Asafe fez foi simplesmente
voltar-se para dentro de si mesmo em busca de respostas. É bom que atentemos
para o exemplo do salmista, a fim de sermos alertados contra os males causados
pelo mau uso da introspecção.
Convencido
que encontraria respostas ao inquirir seu próprio coração, Asafe acabou por
encontrar ainda mais pedras que acabaram por faze-lo tropeçar “No dia da
minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite, e não
cessava; a minha alma recusava ser consolada” (verso 2). Asafe desejava que
a causa de suas dificuldades fosse esclarecida, porém sua atitude tornava sua
situação ainda mais desesperadora, “Lembrava-me de Deus, e me perturbei;
queixava-me, e o meu espírito desfalecia” (verso 3). Ao buscar encontrar
respostas em si mesmo, o salmista apenas aumentava o número de suas dúvidas,
acrescentando ainda mais dificuldades a usa já combalida situação, entre eles a
insônia e a paralisia de suas cordas vocais, causada pelo seu estado de
agitação mental e emocional, como revelado no verso 4 “Sustentaste os meus olhos acordados; estou tão
perturbado que não posso falar”.
É
inevitável que, diante da consulta interior do salmista, o resultado de suas
inquirições fosse incerto, levando-o a conclusões equivocadas, como o concluir
que deus o havia abandonado “Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a
ser favorável? Não tornará a ser favorável?” (verso 7). Asafe também
conclui que o Senhor deixou de ser favorável a ele, esquecendo-se de suas
promessas e de sua misericórdia “Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se já a
promessa de geração em geração? Esqueceu-se Deus de ter misericórdia?” (versos
8,9). O resultado final é que Asafe conclui que o seu real problema está em
Deus “E eu disse: Isto é enfermidade minha” (verso 10).
A
experiência narrada por Asafe ao procurar respostas a suas tribulações dentro
dele mesmo o levou a uma série de respostas erradas e danosas para si mesmo: sua
inquirição interna acabou por distorcer a verdade a respeito de quem é Deus,
fazendo com que Deus se pareça mais com um homem do que com Deus, um ser cheio
de caprichos e vaidades. A auto inquirição de Asafe abriu as portas para que a
noção maligna de que Deus não deseja seu bem fosse aceita, ou seja, Deus não é
tão bom como parece ser. O grande mal da inquirição interna de Asafe é que ele
acabou por agir como um juiz, determinando o bem e o mal, e tentando ocupar um
lugar que cabe somente a Deus. É importante notarmos que, a fim de não levar
seus leitores a perderem a esperança, Asafe começa este salmo concluindo o que
aconteceu quando ele deixou de buscar em si mesmo o consolo que procurava “CLAMEI a Deus com a
minha voz, a Deus levantei a minha voz, e ele inclinou para
mim os ouvidos” (verso 1). Que aprendamos a lição de Asafe.
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