A BÍBLIA E A QUESTÃO DO ATO DE DAR FIM A PRÓPRIA VIDA - DEVOCIONAL DIÁRIO 07\06\2023

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

07\06\2023

TÍTULO

A BÍBLIA E A QUESTÃO DO ATO DE DAR FIM A PRÓPRIA VIDA

TEXTO

O ato de dar fim a própria vida está entre as mais controversas questões no meio religioso e teológico. Argumentam alguns que todo aquele que dá fim a própria vida, sob qualquer circunstância, está eternamente condenado ao inferno, enquanto outros argumentam que um salvo em Jesus Cristo jamais irá cometer o ato de dar fim a própria vida, pois Deus o impediria. Há ainda aqueles que defendem o argumento que um salvo em Cristo poderá sim cometer o ato de dar fim a sua própria vida, mas que tal ato levaria a perda de sua salvação; por fim, encontramos aqueles que argumentam que um salvo pode vir a dar fim a sua própria vida, sem que isso acarrete na perda de sua salvação eterna. Diante de tantas e tão divergentes posições, deixemos que a própria Bíblia estabeleça sua verdade, a fim de nos fornecer auxílio em tempo oportuno.

É preciso definir que a Bíblia, antes de tudo, trata a questão de dar fim a própria vida como um ato pecaminoso, ao ordenar “Não matarás” (Êxodo 20.13). Tal mandamento aplica-se tanto a vida alheia como a própria vida, o que o faz pecado. A Bíblia contempla o ato de dar fim a própria vida como um ato egoísta e contrário a lei do amor, segundo o princípio ensinado pelo apóstolo Paulo aos filipenses “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual para o que é dos outros” (Filipenses 2.4). Jamais encontraremos  na Bíblia algum incentivo a tal prática, como podemos inferir do incidente entre o apóstolo Paulo e o carcereiro, narrado no livro de Atos “E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido. Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos” (Atos 16.27,28). Por fim, a Bíblia não atribui nenhuma honra ou dignidade ao ato de dar fim a própria vida, como vemos em algumas culturas. Encontramos na Bíblia diversos relatos sobre pessoas que deram fim a sua própria vida, porém em todos eles fica explícita a forma como o pecado conduziu tais pessoas a um fim triste e que poderiam ter evitado.

Por fim, é importante que definamos biblicamente uma questão: o ato de dar fim a própria vida tem o poder de anular a salvação concedida por Cristo a um pecador? Em primeiro lugar é bom entendermos que nenhum pecado possui o poder de anular a salvação concedida pelo sangue de Cristo, uma vez que a Bíblia nos garante que, “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). Da mesma forma não há ninguém capaz de separar um salvo da salvação que recebeu em Jesus, como aprendemos neste mesmo capítulo “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem à altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8.38,39). É também verdade que nem mesmo um pecado não confessado antes da morte pode roubar do salvo sua salvação, uma vez que a confissão de pecados trata da questão da comunhão do salvo com Deus e não de sua salvação. Por fim, entendamos que a salvação de um pecador é concedida e mantida unicamente pela graça de Deus, e não pelas obras deste, como nos ensina o apóstolo Paulo “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2.8).

Talvez você conclua que tais verdades podem servir de encorajamento a que alguém dê fim a sua própria vida, porém não é este seu objetivo.  O que tais versos fazem é assegurar ao salvo o amor de Deus por ele, retirando de seu coração e mente qualquer justificativa que o leve a tão triste atitude.