A LIÇÃO DAS FILHAS DE ZELOFEADE - DEVOCIONAL 29\08\2023
DEVOCIONAL
DIÁRIO
DATA
29\08\2023
TÍTULO
A LIÇÃO DAS FILHAS DE ZELOFEADE
TEXTO
O
atento leitor das sagradas Escrituras encontra em meios as narrativas da grande
peregrinação do povo de Israel em direção a terra prometida muitas e preciosas
lições que o ajudarão a compreender o zelo do Senhor por seu povo, como no caso
das filhas de Zelofeade, descritas no livro de Josué “Zelofeade, porém, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir,
filho de Manassés, não teve filhos, mas só filhas; e estes são os
nomes de suas filhas: Maalá, Noa, Hogla, Milca e Tirza” (Josué 17.3).
Zelofeade era um descendente da tribo de Manassés que morreu durante a
peregrinação de Israel em direção a terra prometida sem deixar filhos homens
que, segundo o costume em Israel, herdariam suas posses. Este fato levou suas
filhas a requererem que um artigo especial fosse acrescentado a lei a fim de
que elas pudessem herdar a posse que caberia a seu pai na terra de Canaã, o que
fizeram diante dos líderes de Israel, dizendo “Por que se tiraria o nome de
nosso pai do meio da sua família, porquanto não teve filhos? Dá-nos possessão
entre os irmãos de nosso pai” (Números 27.4). Na cultura hebraica, após, a
morte do pai, suas propriedades eram divididas apenas entre seus filhos homens,
sendo as filhas agraciadas com outros bens, como roupas, joias ou objetos
valiosos. Uma vez casada, o pai não teria mais nenhuma responsabilidade para
com ela, que se tornaria membra da família de seu marido.
No entendimento das filhas de Zelofeade o costume vigente não faria jus a
memória de seu pai, visto que seu nome seria apagado entre as famílias de
Israel. O argumento usado por elas procurava demonstrar a justiça de seu
pleito, dizendo “Nosso pai morreu no deserto, e não estava entre a
congregação dos que se ajuntaram contra o Senhor no
grupo de Coré; mas morreu no seu próprio pecado, e não teve filhos” (Números
27.3). Esta foi uma maneira de dizer que Zelofeade fora um homem que reconhecia
e respeitava a autoridade de Moisés e dos demais líderes de Israel, tendo
morrido em seu próprio pecado, ao permanecer junto a maioria que deu ouvidos
aos dez espias incrédulos. Esta solicitação era algo absolutamente novo entre
os filhos de Israel, de forma que foi necessário que Moisés consultasse ao
Senhor em relação a este fato, que assim lhe respondeu “As filhas de
Zelofeade falam o que é justo; certamente lhes darás possessão de herança entre
os irmãos de seu pai; e a herança de seu pai farás passar a elas” (Números
27.7). A partir deste fato as regras quanto a herança foi alterada para que as
filhas herdassem os bens de seu pai caso não possuíssem irmãos.
Entre as lições preciosas que encontramos nesta narrativa deve ser
destacado o fato que este pedido feito pelas filhas de Zelofeade ocorreu quando
o povo de Israel ainda não havia chegado a Canaã, demonstrando a fé daquelas
mulheres na promessa dada por Deus a seu povo. Elas tinham plena certeza que
adentrariam Canaã, venceriam os povos que ali residiam e se apossariam daquela
terra. Da mesma forma a atitude destas mulheres serve aos salvos de exemplo
quanto a importância de levarem seus pedidos ao Senhor certos de que serão
ouvidos, uma vez que Deus considerou o pleito delas justo e atendeu ao seu
clamor. Em sua epístola Tiago lembra aos salvos desta questão ao alerta-los “Cobiçais,
e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e
guerreais, e nada tendes, porque não pedis” (Tiago 4.2). Em momento algum
as filhas de Zelofeade são vistas disputando ou manipulando seus líderes em
busca de seus direitos, o que elas simplesmente fizeram tratar sua questão de
forma ordeira, fazendo-a chegar diante do Senhor.
Eis a lição das filhas de Zelofeade.
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