O PESADO FARDO DA RELIGIOSIDADE E A DOCE MISERICÓRDIA DE JESUS - DEVOCIONAL 17\08\2023


DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

17\08\2023

TÍTULO

O PESADO FARDO DA RELIGIOSIDADE E A DOCE MISERICÓRDIA DE JESUS

TEXTO

O atento leitor das sagradas Escrituras encontra no décimo terceiro capítulo do evangelho segundo Lucas uma perfeita ilustração da atitude legalista da nação de Israel para com a pessoa do Senhor Jesus Cristo, priorizando as leis normativas de sua religião acima da doce misericórdia revelada pelo Salvador. O reconhecimento que a mesma triste realidade continua a reinar em nossos dias, deve nos levar a considerar com atenção os fatos narrados nesta passagem das Escrituras.

O evangelista Lucas inicia seu relato revelando o costume praticado por Jesus de ensinar a palavra de Deus nas sinagogas aos sábados, falando-nos a respeito de um fato ocorrido naquele dia “E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se” (Lucas 13.11). O texto nos dá a entender que a enfermidade daquela mulher era causada pelo poder maligno, o que não impediu Jesus de demonstrar seu poder, como nos é dito “E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus” (versos 12,13). Tal questão não passou desapercebida pelo principal dirigente daquela sinagoga, que imediatamente toma a palavra a fim de levantar sua indignada objeção ao que Jesus havia realizado, dizendo “Seis dias há em que é mister trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia de sábado” (verso 14). É perceptível como tal contrariedade não causou nenhum espanto a Jesus, que firmemente lhe diz “Hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento, e não o leva a beber? E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual  dezoito anos Satanás tinha presa?” (versos 15,16). A resposta firme e realista de Jesus definiu bem qual questão realmente estava em pauta ali, de tal forma que assim narrou Lucas a respeito daqueles que ali estavam E, dizendo ele isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele” (verso 17). É bom que pensemos no que este incidente tem a nos ensinar a respeito do pesado fardo que a mera religiosidade mantém sobre os homens.

Primeiramente, é preciso que reconheçamos que a religiosidade humana não se envergonha em lançar objeções a pessoa e obra de Jesus Cristo, uma vez que em seus pensamentos pressupõem serem os guardiões de uma tradição que estaria acima do próprio Logos de Deus. A atitude do maioral da sinagoga também expôs a forma insensível com que a religiosidade encara os sofrimentos humanos, uma vez que seus interesses não vão além de si mesma. A religiosidade é incapaz de perceber que de nada adiantaria aquela pobre mulher frequentar a sinagoga nos seis dias restantes, se a única pessoa capaz de ajuda-la não estaria ali. Ao apresentar seu meticuloso argumento insinuando que Jesus descumpria a lei ao curar aquela mulher em um dia de sábado, o líder judeu demonstrou sua total incapacidade de colocar-se no lugar dela, ignorando um longo e angustiante período de sofrimento que teve fim ali naquele lugar ao encontrar-se com Jesus. Por fim, o argumento de Jesus lançou por terra todo o suposto zelo daqueles religiosos pelas coisas de Deus ao chamá-los de hipócritas, uma vez que não se negavam a cuidar das necessidades de seus animais em um dia de sábado, mas negavam-se a reconhecer o necessário cuidado dispensado por Jesus a uma alma eterna.

 Que aprendamos com o Mestre que a religiosidade será útil apenas se servir para  conduzir os homens aos pés de Cristo, como bem nos lembra Paulo “De maneira que a lei nos serviu de tutor, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados” (Gálatas 5.24).

 

 

 

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