O PODER DA INTERCESSÃO DO JUSTO - DEVOCIONAL 18\08\2023
DEVOCIONAL
DIÁRIO
DATA
18\08\2023
TÍTULO
O PODER DA INTERCESSÃO DO JUSTO
TEXTO
É bem conhecido dos
atentos leitores das sagradas Escrituras o diálogo entre Deus e o patriarca
Abraão, narrado no décimo oitavo capítulo do livro de Gênesis. Encontrava-se
Abraão nos carvalhais de Manre quando viu três mensageiros de Deus vindo a seu
encontro. Após anunciarem que Sara daria à luz o descendente prometido, os
mensageiros se dirigiram a Sodoma, com a intenção de destruí-la. O diálogo que
encontramos neste ponto da narrativa deve nos chamar a atenção por diversos
fatores, pelo que faremos bem em examina-lo.
Após Deus ter lhe
anunciado sua intenção quanto a cidade de Sodoma, Abraão inicia sua intercessão
pelas pessoas daquela cidade dizendo “Destruirás
também o justo com o ímpio? Se porventura houver cinquenta justos na cidade,
destruirás também, e não pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos
que estão dentro dela?” (Gênesis 18.23,24). A ousadia e humildade de Abraão estavam
completamente ancoradas no justo caráter de Deus, fruto de um conhecimento
íntimo de Deus, revelado de forma explícita em suas palavras “Longe de ti que faças tal coisa, que mates
o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria
justiça o Juiz de toda a terra?” (verso 25). A resposta de Deus foi
favorável a intenção de Abraão, assim lhe respondendo “Então disse
o Senhor: Se eu em Sodoma
achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a todo o lugar por amor deles”. A resposta de Deus nos deixa perceber que
nem mesmo seu julgamento é destituído de sua misericórdia, pronta a ser
demonstrada a uma cidade ímpia e rebelde.
A contagem de Abraão prossegue, seguindo em ordem decrescente quanto ao
hipotético número de justos que poderiam ser encontrados em Sodoma, como diz o
patriarca “Eis que agora me
atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza. Se
porventura de cinquenta justos faltarem cinco, destruirás por aqueles cinco
toda a cidade?” (versos
27,28). Mesmo diante de um menor número de justos, o Senhor não altera seu
parecer, dizendo “Não a destruirei,
se eu achar ali quarenta e cinco (verso 28). A ousadia de Abraão e a
paciência de Deus andam juntas, uma vez que o patriarca se dispõe a nova
contagem, recebendo do Senhor o mesmo veredito “Se porventura se acharem ali quarenta? E disse: Não o farei
por amor dos quarenta” (verso 29). Entendendo que se excedia em sua
intercessão, Abraão vai além em sua proposta, contando com o mesmo consentimento
da parte de Deus “Ora, não se ire o
Senhor, se eu ainda falar: Se porventura se acharem ali trinta? E
disse: Não o farei se achar ali trinta” (verso 30). Abraão ainda
se atreve a baixar o prognóstico de justos em Sodoma a vinte pessoas, depois
ainda a apenas dez, recebendo do Senhor o mesmo veredito “Não a destruirei por amor dos dez”
(verso 32).
É importante que entendamos este comportamento de Abraão a partir de
sua própria história. Seu chamado a andar com Deus havia o transformado de tal
forma que ele passa a demonstrar características de seu Pai celestial, entre
elas a misericórdia para com os homens pecadores. As palavras de Abraão revelam
seu interesse pelo bem estar não somente de sua descendência, mas também de
pessoas alheias a ele, como os ímpios habitantes de Sodoma, assim como Deus fez
em relação a salvação. Abraão também nos ensina como a presença de uns poucos
justos pode afetar a vida de uma multidão de ímpios, como Deus se propunha a
fazer em relação aos habitantes de Sodoma, por causa de um pequeno bocado de
justos que hipoteticamente ali residissem.
Que esta maravilhosa experiência de Abraão fortaleça nossa confiança no
que Tiago expõe ao final de sua epístola ao nos dizer “A oração do justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16).
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