AS BENÇÃOS DO SOFRIMENTO: PURIFICAR O CORAÇÃO - DEVOCIONAL 29\10\2023

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

29\10\2023

TÍTULO

AS BENÇÃOS DO SOFRIMENTO: PURIFICAR O CORAÇÃO

TEXTO

Ao observarmos o ensino do apóstolo Pedro em sua primeira epístola percebemos a forma tão clara pela qual o apóstolo conjuga santidade e sofrimento como verdades que se associam no viver cristão a fim de gerar nos salvos os frutos de sua vida em Cristo. Após observarmos a utilidade do sofrimento a fim de que abandonemos o afeto pelas coisas transitórias e mundanas e nos fixemos naquilo que é celestial e eterno, devemos também reconhecer que as aflições que provamos tem como objetivo expulsar de nosso coração pecados que muitas vezes não estamos dispostos a abandonar, ao mesmo tempo em que nos conduz a uma vida de dependência do Senhor.

Você já percebeu quanto pecado guardamos em nosso coração sem que ninguém perceba? Do rancor a amargura, do desprezo ao sentimento de superioridade, tal qual os rejeitos enterrados em aterros sanitários, cuja decomposição produz elementos tóxicos e nocivos imperceptíveis ao olho humano, mas nocivos e perigosos a vida, tudo aquilo que mantemos soterrado em nossa alma um dia também poderá causar danos. Infelizmente a maioria de nós deseja manter tais pecados encobertos, o que acaba por impedir o crescimento espiritual que nos tornará fortes e úteis na obra do Senhor, tal como nos exorta o autor da epístola aos hebreus ao nos dizer “Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12.1). Pedro nos ensina em sua primeira epístola que a provação de nossa fé, muitas vezes por meio de lutas e sofrimentos, visa purificar nossa confiança no Senhor, purificando-a de tudo aquilo que a contamina, ao dizer “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo” (1 Pedro 1.7)

Da mesma forma, o sofrimento que sobre nós se abate também é útil a fim de nos tornar cônscio de nossa intima dependência de Deus. O pecado acabou por derramar em nossa alma um veneno que nos entorpece e nos tira da realidade, criando em nossa mente e coração um mundo paralelo, onde ocupamos o lugar de Deus, de tal forma que, por vezes, a única forma do Senhor nos despertar desta ilusão é por meio do sofrimento. É bem conhecido dos atentos leitores das sagradas Escrituras os fatos que se sucederam com Nabucodonozor, rei dos caldeus, narrados no quarto capítulo do livro de Daniel. Entorpecido em seu orgulho, Nabucodonozor passou a admirar e proclamar a magnificência de seu reino, pelo que o Senhor o lançou a condição humilhante de comportar-se e reconhecer-se como um animal irracional, sendo por isso tirado do convívio humano e mantido a parte em sua demência, até que o Senhor o fez recobrar seu entendimento, quando então Nabucodonozor reconhecer que toda glória e majestade pertencem unicamente ao verdadeiro Deus.

Quantos de nós hoje tem também cultivado em sua mente e coração pensamentos de soberba e orgulho semelhantes a este homem? Quando todos os demais meios não surtem o efeito de nos despertar de nosso entorpecimento espiritual, resta ao Senhor permitir que o sofrimento nos traga novamente a sensatez, expondo o pecado escondido em nosso coração e nos ensinando a viver de forma humilde como o Mestre.

 

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