A INUTILIDADE DA RELIGIOSIDADE - Devocional 25/11/2023

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

25\11\2023

TÍTULO

A INUTILIDADE DA RELIGIOSIDADE

TEXTO

O atento leitor das sagradas Escrituras encontra no terceiro capítulo da carta de Paulo aos salvos em Filipos uma sábia resposta do apóstolo aos maus obreiros que aproveitaram de seu aprisionamento a fim de usurpar sua autoridade como apóstolo de Cristo e como pai da fé daqueles cristãos. Incapazes de sobrepujar Paulo em seu altruísmo por aquela igreja, os judaizantes se apoiavam em uma suposta superioridade espiritual baseada em obras e questões religiosas. A resposta firme de Paulo chamou aqueles homens a uma comparação que, para eles, seria prejudicial, ao dizer “Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu” (Filipenses 3.4). A expressão “confiar” usada aqui pelo apóstolo aponta para uma base de confiança, enquanto o uso da expressão “carne” aponta para tudo aquilo que a natureza humana é capaz de realizar, tudo aquilo que o ser humano é como cidadão deste mundo. Faremos em refletir quanto a esta questão.

A fim de demonstrar aqueles homens a inutilidade daquilo de que se orgulhavam, Paulo passa a demonstrar-lhes como Deus havia agido em sua vida a fim de que ele compreendesse tal verdade. Para isso Paulo passa a listar suas credenciais humanas, começando pelas credenciais ligadas a seu nascimento ao dizer que ele fora “circuncidado ao oitavo dia” o que confirmava sua condição de um legítimo representante “da linhagem de Israel”. Sua circuncisão ao oitavo dia de nascimento demonstra que ele era judeu por nascimento, não um ismaelita, que circuncidavam seus filhos aos 13 anos, nem prosélito, que eram circuncidados no momento da conversão ao judaísmo. Não havia posição superior a esta quanto a linhagem de um homem. Quanto a seus antepassados, Paulo era nascido na “tribo de Benjamim”, considerada uma liderança entre as tribos de Israel e de onde foi escolhido o primeiro rei de Israel. Além disso Paulo era “hebreu de hebreus”, ou seja, seus antepassados haviam conservado a língua hebraica, os costumes hebraicos e os ritos religiosos hebraicos. Paulo então passa a demonstrar suas credenciais religiosas, dizendo que “segundo a lei, fui fariseu”, ressaltando sua extrema observância da lei mosaica, e ainda “Segundo o zelo, perseguidor da igreja”, demonstrando sua disposição em perseguir aqueles que se opunham ou demonstrassem ser uma ameaça à sua religião. Falando ainda de sua aparente moralidade, o apóstolo acrescenta que se considerava “segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”, demonstrando que, a seus olhos, até onde ele podia determinar que a lei requeria, a retidão legal de Paulo era inatacável.

Durante muito tempo Paulo imaginou que todas estas credenciais eram algo de muito valor e pelas quais valia a pena lutar, porém, ao reconhecer a verdade do evangelho, Paulo acabou por descobrir que havia investido sua vida em coisas sem nenhum valor, que o fazia trilhar um caminho que o conduziria finalmente a perdição. Pela misericórdia de Deus, Paulo reconheceu a tempo seu engano, como nos diz Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo”. Quantas pessoas conhecemos que carregam a mesma falsa noção quanto a sua religiosidade, tornando-se tão convencidas e obcecadas por seus supostos méritos religiosos, que se tornam em fim incapazes de perceber sua miserável condição.

Somente o reconhecimento da incomensurável beleza de Cristo pode despertar o ser humano de tão terrível condição.

 


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