O SALMO 54 E A CONFIANÇA NA AJUDA DO SENHOR - Devocional 21 dezembro/2023

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

21\12\2023

TEXTO

O SALMO 54 E A CONFIANÇA NA AJUDA DO SENHOR

Em mais uma proveitosa oportunidade o leitor atento das sagradas Escrituras reencontra no Salmo 54 a mais numerosa classe de hinos do saltério, os chamados salmos de lamentação, onde o salmista clama ao Senhor diante de uma ameaça interna ou externa, causada pela enfermidade ou fome, e que carece de uma urgente intervenção por parte do Deus todo poderoso. Faremos bem em dar ouvidos a esta verdade.

Por mais que se repitam nos salmos de lamentação as mais diversas condições desesperadoras em meio as quais o salmista clama ao Senhor como seu último e único refúgio, a grande lição que esta classe de hinos procura incutir no coração dos fiéis é que clamar ao Senhor em busca de socorro sempre será a atitude primeira a ser tomada pelos filhos de Deus, como ocorre no início deste salmo SALVA-ME, ó Deus” (verso 1). Força humana alguma teve o poder de livrar o salmista de seus inimigos, como descritos no verso 3 “Porque os estranhos se levantam contra mim, e tiranos procuram a minha vida; não têm posto Deus perante os seus olhos”. Historicamente este salmo tem sido ligado aos fatos ocorridos quando da fuga de Davi de diante de Saul, quando por duas vezes os zifeus revelaram seu esconderijo ao rei (1 Samuel 23.19 e 26.1). Se por um lado Davi enfrentava a tirania de Saul, por outro a traição pelos habitantes de Zife, na região montanhosa de Judá, coloca a vida de Davi em perigo. Ao clamar pelo nome e justiça do Senhor o pastor de Israel recorre ao caráter e poder de Deus em favor de sua justa causa. O segundo verso deste salmo pode ser entendido como uma oração em meio ao desespero, elevada ao Senhor por uma alma já fraca e prestes a desfalecer, que mediante as últimas forças que lhe restam clama “Ó Deus, ouve a minha oração, inclina os teus ouvidos às palavras da minha boca” (verso 2). Mesmo em meio a uma difícil situação, Davi sabe que Deus não o abandonará jamais.

A seguir, o salmista revela a razão de sua confiança no Senhor ao dizer “Eis que Deus é o meu ajudador” (verso 4). O que o salmista literalmente quer nos dizer é que o próprio Senhor é a resposta a suas orações. Sua dependência no poder de Deus é manifesta em sua humilde confissão “o Senhor está com aqueles que sustêm a minha alma” (verso 4). Consciente de suas fraquezas e das muitas ameaças que se levantam contra sua vida, o salmista é cônscio de que somente Deus é suficiente para sustenta-lo em meio a tantas tribulações, recompensando aos homens ímpios segundo o merecimento de suas ações, como declara o salmista “Ele recompensará com o mal os meus inimigos” (verso 5). Ao dizer que Deus “Destrói-os na tua verdade” (verso 5), o salmista revela ter plena consciência que a condenação dos ímpios se dá mediante o justo julgamento de Deus, que antes lhes concede tempo hábil a fim de que se arrependam de suas ações e se voltem a Ele. Como prova de seu reconhecimento ao grande livramento operado pelo Senhor, o salmista oferecerá sacrifícios de ação de graças, transformando este livramento em um hino de louvor entoado no templo “Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom, pois me tem livrado de toda a angústia; e os meus olhos viram o meu desejo sobre os meus inimigos” (versos 6,7)

A grande lição deste salmo encontra-se no fato que ao proclamar o louvor e adoração a Deus por seu grandioso livramento, o salmista ainda enfrentava estes inimigos, porém, em plena convicção que a vitória seria do Senhor, ilustrando assim o ensino que encontramos na epístola aos hebreus, que nos diz “ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus 11.1).

Assim é a confiança do salvos em seu Deus ajudador.

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