O SALMO 55 E O CUIDADO DO SENHOR COM OS SEUS
DEVOCIONAL
DIÁRIO
DATA
05\01\2024
TÍTULO
O SALMO 55 E O CUIDADO DO SENHOR COM OS
SEUS
TEXTO
O leitor atento das
sagradas Escrituras encontrará no Salmo 55 uma dolorosa experiência que pode
ser provada por qualquer um dos filhos de Deus, o abandono e injustiça por
parte de pessoas próximas e na qual depositavam grande confiança. É certo que
os salvos encontrarão neste salmo grande ajuda a fim de enfrentarem
circunstâncias como esta.
Muito provavelmente o
pano de fundo deste salmo trate especificamente do caso do conselheiro Aitofel,
que tomou parte na rebelião comandada por Absalão contra o rei Davi, após ter
servido ao rei por muitos anos. Tal fato é reforçado pela própria descrição
encontrada neste salmo, quando nos diz “Pois não era
um inimigo que me afrontava; então eu o teria
suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia
contra mim, porque dele me teria escondido. Mas eras tu, homem meu igual, meu guia
e meu íntimo amigo. Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em
companhia na casa de Deus” (versos 12 a
14). No segundo livro de Samuel, Aitofel é reconhecido como um alto conselheiro
de Davi, de tal forma que seu apoio a rebelião comandada por Absalão causou
profundo pesar ao rei, como descrito neste salmo “Tal homem pôs
as suas mãos naqueles que têm paz com ele; quebrou a sua aliança. As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu
coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite;
contudo, eram espadas desembainhadas” (versos 20,21). Assim que se uniu a Absalão, Aitofel passou a
aconselha-lo quanto a seu procedimento a fim de estabelecer-se como rei em
lugar de seu pai. Entre os conselhos dados por Aitofel a Absalão estava o de
tomar as concubinas de seu pai para si e de conceder-lhe o comando de doze mil
homens a fim de perseguir e destruir Davi, razão do clamor levantado neste
salmo “Despedaça, Senhor, e divide as suas línguas, pois tenho visto
violência e contenda na cidade” (verso 9).
Possivelmente esta tenha sido a circunstância mais dolorosa enfrentada
pelo rei Davi durante seu reinado, registrado desta forma neste salmo “O meu
coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre mim. Temor e tremor vieram sobre mim; e o
horror me cobriu” (versos 4,5).
A opressão provada pelo rei era tamanha que ele só pode exprimi-la desejando
ser miraculosamente livre de seus perseguidores, como nos diz o salmista “Oh!
Quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em
descanso. Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto. Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da
tempestade” (versos 6 a
8). Fiel à sua estratégia de buscar sempre ao Senhor, Davi lança sobre Ele suas
ansiedades, certo de seu auxílio “Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará. De tarde e de manhã e ao meio-dia
orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz” (versos 16,17).
As orações de Davi foram ouvidas. Vendo que seu plano fora desbaratado,
Aitofel voltou a sua casa, organizou seus afazeres e deu fim a sua própria
vida, como o salmista prevê que acontecerá a todos aqueles que assim agem “Mas
tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude
não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei” (verso 23).
Quanto a Davi, mesmo diante de todo o mal que provara, o precioso auxílio do
Senhor o permite mais uma vez testemunhar e encorajar todos aqueles que sofrem
igual tribulação, ao nos dizer “Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; não permitirá
jamais que o justo seja abalado” (verso 22).
Que assim seja.
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