O SALMO 57 E A EXALTAÇÃO DEVIDA À MISERICÓRDIA DO SENHOR

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

18\01\2024

TÍTULO

O SALMO 57 E A EXALTAÇÃO DEVIDA À MISERICÓRDIA DO SENHOR

TEXTO

O atento leitor das sagradas Escrituras mais uma vez tem diante de si um dos tantos salmos de lamentação, cujos escritos históricos o ligam a ocasião em que Davi refugiou-se em uma caverna a fim de escapar da implacável perseguição do rei Saul, que, de forma desapercebida, adentrou a caverna sem perceber que estava à mercê da espada de Davi, que se limitou a cortar-lhe a orla do manto (1 Samuel 24.4). Ouçamos com atenção o testemunho do servo de Deus.

É patente nas palavras do salmista sua aflição, causada pela perseguição dos homens contra ele, da qual procurava se esquivar como uma frágil presa se esquiva dos ataques de um poderoso leão, como descrito no verso quatro A minha alma está entre leões, e eu estou entre aqueles que estão abrasados”. Seus inimigos eram homens sedentos por sangue, ansiosos pela oportunidade de estraçalhar a presa a quem perseguiam, como descreve o salmista “filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e a sua língua espada afiada” (verso 4). A fim de retratar quão angustiosa era sua condição, o salmista lança também mão da metáfora de um caçador, cheio de planos e disposto a toda forma de trapaça a fim de capturar sua presa “Armaram uma rede aos meus passos; a minha alma está abatida. Cavaram uma cova diante de mim” (verso 6). Antevendo o livramento do Senhor o salmista revela o que por fim aconteceu com aqueles que o perseguiam, “porém eles mesmos caíram no meio dela” (verso 6).

Um fato que nos deve chamar a atenção diz respeito ao clamor elevado a Deus pelo salmista em meio a sua angustiosa condição. Em momento algum ele faz uso de algum mérito ou obra que tenha realizado a fim de se fazer merecedor do livramento do Senhor, em todo tempo sua única base é a confiança que deposita no santo caráter de Deus, dizendo TEM misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia de mim, porque a minha alma confia em ti; e à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (verso 1). Tal verdade é reforçada no segundo verso, onde lemos “Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa” (verso 2). A convicção do salmista era de que somente o socorro divino poderia lhe livrar de uma morte miserável “Ele enviará desde os céus, e me salvará do desprezo daquele que procurava devorar-me” (verso 3). A inabalável certeza do salmista tinha como única base a pessoa do próprio Deus, como nos revela “Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade” (verso 3). Nada além da misericórdia divina poderia salva-lo.

Os versos finais deste salmo provavelmente são fruto do livramento concedido pelo Senhor a seu servo, radiante pela demonstração da bondade de Deus para com ele, quando nos diz “Desperta, glória minha; despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei ao romper da alva. Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; eu te cantarei entre as nações” (versos 8,9). Sua convicção quanto ao fato que seu livramento é obra exclusiva da misericórdia de Deus de tal forma tomou seu coração que ele é incapaz de deixar de anunciar este fato a todos ao seu redor, dizendo, “Pois, a tua misericórdia é grande até aos céus, e a tua verdade até às nuvens” (verso 10). Sua gratidão a Deus é revelada em seu desejo de que o nome do Senhor seja exaltado e sua glória seja revelada a todos os homens, por isso nos diz “Sê exaltado, ó Deus, sobre os céus; e seja a tua glória sobre toda a terra” (verso 11).

Quão necessário é que os salvos do Senhor igualmente glorifiquem a Deus por esta verdade, como nos diz o profeta Jeremias “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade” (Lamentações 3.22,23).

 

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