O SALMO 58 E O JUÍZO DE DEUS SOBRE A IMPIEDADE DOS HOMENS

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

25\01\2024

TÍTULO

O SALMO 58 E O JUÍZO DE DEUS SOBRE A IMPIEDADE DOS HOMENS

TEXTO

O leitor atento das sagradas Escrituras encontra no Salmo cinquenta e oito uma dura imprecação contra a impiedade dos homens, utilizando-se de uma linguajem violenta, porém realista diante do que o pecado tem promovido em meio a humanidade. Em um período onde o erro parece ter se entronizado como senhor deste mundo, o protesto do salmista contra a tirania humana deve ser ouvida com cuidado e atenção.

O Salmo inicia com a denúncia dos decretos injustos promulgados pelos homens revestidos de autoridade, ao dizer ACASO falais vós, deveras, ó congregação, a justiça?” (verso 1), acusando-os também de violar as boas leis por meio de seus julgamentos injustos “Julgais retamente, ó filhos dos homens?” (verso 1). A linguajem usada pelo salmista nos dá a entender sua revolta contra as autoridades que se calam diante das injustiças cometidas pelos homens ímpios, por isso o verso dois levanta um protesto contra a admissão de tal injustiça em meio a sociedade, dizendo “Antes no coração forjais iniquidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos” (verso 2). A constatação do salmista diante de tão grave condição o leva a reconhecer que a impiedade dos homens vem desde seu nascimento, sendo inerente a própria raça humana e comum a todos os homens, como nos diz “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras” (verso 3). O salmista assemelha o homem a uma serpente venenosa, incapaz de seguir o direcionar do encantador, revelando sua completa desesperança quanto a condição dos homens “O seu veneno é semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos. Para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador sábio em encantamentos” (versos 4,5).

A segunda parte do salmo nos apresenta oito metáforas da forma como o salmista espera que Deus destrua os homens ímpios, começando por desejar que isso seja feito de forma violenta “Ó Deus, quebra-lhes os dentes nas suas bocas” (verso 6). Ele também deseja que Deus lhes tire seu poder, dizendo “arranca, Senhor, os queixais aos filhos dos leões” (verso 6). O salmista prevê a destruição dos ímpios como um gelo que se derrete “Escorram como águas que correm constantemente” (verso 7), e como uma flecha inutilizada Quando ele armar as suas flechas, fiquem feitas em pedaços” (verso 7). Sua imaginação o leva a imagina-los se desfazendo como uma lesma atingida pelo sal “Como a lesma se derrete, assim se vá cada um deles” (verso 8), tendo o fim prematuro de um feto abortivo “como o aborto de uma mulher, que nunca viu o sol” (verso 8). Acostumado aos hábitos orientais, o salmista os compara aos espinhos que vagarosamente são consumidos pelo fogo “Antes que as vossas panelas sintam o calor dos espinhos” (verso 9), ou destruídos subitamente como que por um turbilhão “como por um redemoinho os arrebatará ele, vivo e em indignação” (verso 9). Fiel a noção veterotestamentária do juízo sobre a impiedade, o salmista revela sua satisfação por saber da destruição dos homens ímpios, dizendo “O justo se alegrará quando vir a vingança” (verso 10). Sua linguajem denota um certo espírito vingativo ao dizer “lavará os seus pés no sangue do ímpio” (verso 10). Finalmente, o salmista reconhece que este juízo pertence unicamente ao Senhor, como forma de retribuição a impiedade dos homens, dizendo “Então dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra” (verso 11).

Por mais dura que nos pareça ser a imprecação do salmista, um olhar realista sobre a condição humana nos permitirá reconhecer a verdade de sua posição, pois assim como descreve o salmo, assim é o ser humano sem Deus, como bem nos ensina o apóstolo Paulo “E não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Romanos 3.17,18).

 

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