A TENTAÇÃO DE JESUS, O FILHO DE DEUS

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

24\02\2024

TÍTULO

A TENTAÇÃO DE JESUS, O FILHO DE DEUS

TEXTO

Mesmo que o evangelho tenha sido escrito a fim de revelar ao homem o poder e glória do Filho de Deus, sua identidade permanece oculta a todos aqueles que rejeitam suas evidências.

Encontramos no evangelho de Marcos um modo de narrativa diferente daquela empreendida por Mateus e Lucas ao retratar Jesus sendo tentado pelo diabo “E logo o Espírito o impeliu para o deserto. E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam” (Marcos 1.12,13). O relato deste fato em Marcos é extremamente breve, como também foram os relatos a respeito do ministério de João Batista e do batismo de Jesus, como convém ao propósito do autor deste evangelho.

Marcos utiliza um verbo forte em relação a ação do Espírito Santo em conduzir Jesus ao deserto a fim de ser tentado “E logo o Espírito o impeliu para o deserto”. A palavra impelir tem o mesmo sentido que a ação muitas vezes feita por Jesus de expulsar demônios, revelando assim o poder e influência exercida pelo Espírito sobre Jesus. Ao nos revelar que foi o próprio Espírito Santo que impeliu Jesus ao deserto Marcos quer nos revelar que foi da vontade e plano de Deus Pai que seu Filho fosse assim tentado, o que concede aos leitores deste evangelho tanto uma advertência como um precioso encorajamento. Primeiramente, Deus não enviou seu Filho para um mundo de facilidades e recreação, mas para um mundo onde os poderes do mal são reais e ativos, onde uma cruel batalha está sendo travada. Esta mesma verdade é relembrada a nós pelo apóstolo Paulo no sexto capítulo de sua epístola aos efésios, revelando-nos que, quer queiramos quer não, enfrentaremos dias maus causados pela oposição do reino das trevas “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6.12). Porém, Marcos também nos deseja revelar que, além da oposição do mal, o relato da tentação de Jesus nos ensina que a mesma vitória conquistada por Jesus na dependência do Espírito Santo pode e deve também ser uma realidade na vida daqueles que nele creem, uma vez que a vitória de Jesus ocorre dentro do mesmo contexto da derrota de nossos primeiros pais, Adão e Eva, pois onde eles foram derrotados, mergulhando toda a raça debaixo do poder de Satanás, o homem Jesus foi vitorioso. Tal verdade é revelada por Jesus em sua exortação contra o pecado dos fariseus, onde demonstra que era necessário que o valente fosse vencido, a fim de que as almas debaixo de seu poder fossem libertadas, “Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não amarrar o valente; e então roubará a sua casa” (Marcos 3.27)

Finalmente, Marcos se utiliza de uma expressão a fim de não deixar dúvidas quanto a identidade de Jesus ao dizer “E vivia entre as feras, e os anjos o serviam”. O propósito do autor deste evangelho é que seus leitores percebam que Jesus é o Filho de Deus, vivendo neste mundo na completa dependência do Espírito Santo, mas também, Marcos deseja que percebamos que Jesus andou entre nossa raça como um homem entre os homens, e que não era tarefa simples reconhece-lo como o Filho de Deus, fato que seus discípulos perceberam bem mais a frente, revelado pelos milagres e sinais feitos por Jesus. Infelizmente, para muitos, incluindo os líderes judaicos, está verdade permaneceu encoberta, como ainda o é para milhares de pessoas também hoje.