MEDO E CONFIANÇA

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

23\04\2024

TÍTULO

MEDO E CONFIANÇA

TEXTO

Provérbios 28.1 “oS ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão”.

Este verso está entre aqueles que chamamos de provérbios antitéticos, que apresentam, em uma mesma sentença, pensamentos de sentidos opostos. São contrapostos aqui o ímpio em sua insegurança e o justo em sua ousadia.

Pensemos primeiro na sina do homem sem Deus. Por mais que seu poder e riqueza lhe forneçam status e relativa segurança, protegendo-o de inimigos exteriores, desastres, calamidades e da maior parte das doenças, tais posses são incapazes de barrar a ação de algo que ele negligencia, sua própria consciência. A semelhança de Adão e Eva no Éden, escondendo-se de Deus, mesmo que este não lhes representasse qualquer ameaça,“Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me” (Gênesis 3.10). Quando o Senhor advertiu o povo de Israel quanto a gravidade de serem infiéis a sua lei, Ele assim resume o que lhes aconteceria “...eu porei tal pavor nos seus corações, nas terras dos seus inimigos, que o ruído de uma folha movida os perseguirá; e fugirão como quem foge da espada; e cairão sem ninguém os perseguir” (Levítico 26.36). O homem ímpio teme a voz de sua própria consciência, e não há nada no mundo que o possa proteger dela.

Pensemos agora na condição daqueles que pôem no Senhor a sua confiança, “mas os justos são ousados como um leão”. A ousadia é a antítese do temor paralisante. Lembremo-nos do pequeno Davi diante do gigante Golias. Enquanto ressoavam as palavras de escárnio e sarcasmo de Golias contra Deus e seu povo, ouvia-se do lábios do frágil menino “O Senhor me livrou das garras do leão, e das garras do urso; ele me livrará da mão deste filisteu”. A ousadia acompanha aqueles que conheçem ao Deus de Israel. Como que tendo trocado seus papéis, no campo de batalha comtemplamos um gigante ofendido diante de tão frágil adversário, enquanto o pequeno guerreiro do grande Deus brada “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão...e toda a terra saberá que há Deus em Israel; E saberá toda esta congregação que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão” (I Samuel capítulo 17). E até hoje, recontamos a história do pequeno homem e de seu grande Deus.

Eis aqui a grande antítese. O homem sem Deus se cerca de todos os cuidados contra os agentes externos, tornando-se um prisioneiro de si mesmo. Incapaz de confiar nos homens e atormentado pela sua própria consciência, não conhece a paz, nem com Deus, nem com os homens. Já o homem que nada teme desistiu de si mesmo, e pelo caminho da cruz, encontrou a paz com seu Deus e criador. Sua consciência, antes inimiga, foi purificada de seus pecados, e estes já não lhe atormentam. Ele aprendeu o segredo da ousadia:  “OS que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Salmos 125.1).