A FÉ PROVADA
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
08\06\2024
TÍTULO
A FÉ PROVADA
TEXTO
Causa certa dificuldade mesmo aos atentos leitores das sagradas Escrituras o ensino que encontramos na epístola de Tiago quanto a manifestação da fé, quando nos diz “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus” (Tiago 2.20 a 23). Para alguns desatentos leitores este texto torna-se uma prova cabal da eficácia das obras humanas para a salvação, o que seria terminantemente contraditório ao ensino de Paulo exposto em sua epístola aos romanos, onde Abraão é usado como exemplo da justificação unicamente pela fé, ensino que pode ser sintetizado pela verdade apresentada aos salvos em Éfeso, quando Paulo nos diz “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9). Por isso, é importante que observemos com atenção este precioso ensino.
A questão que desvenda esta má compreensão, causada pelo fato que tanto Tiago como Paulo usam o mesmo personagem bíblico a fim de ressaltar seu ensino, é entender que eles lançam mão de períodos distintos da vida do patriarca Abraão a fim de exemplificar a importância da fé. Paulo toma o exemplo de Abraão mencionando a ocasião em que Deus faz a promessa a Abraão e ele crê no Senhor. A citação do décimo quinto capítulo do livro de Gênesis nos permite claramente perceber que Abraão apenas confiou nas promessas, não tendo realizado obra alguma “DEPOIS destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. Então disse Abrão: Senhor Deus, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: Eis que não me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro. E eis que veio a palavra do Senhor a ele dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro. Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência. E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça” (Gênesis 15.1 a 6).
Já quando identificamos o período da vida de Abraão tomado como exemplo por Tiago, vemos que ele lança mão da grande prova pela qual a fé do patriarca foi testada e fortalecida, descrita no vigésimo segundo capítulo do livro de Gênesis “E disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; E em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz” (Gênesis 22.18 a 20).
Esta diferenciação nos permite perceber como verdadeiro o princípio bíblico defendido por Tiago ao dizer “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta? Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? (Tiago 2.20,21). Em momento algum Tiago argumenta que Abraão foi salvo pelas obras, mas sim que suas obras testificaram, pela manifestação da fé que lhe fora concedida, que verdadeiramente ele fora justificado ao simplesmente crer nas promessas do Senhor.
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