FILHOS OU ÍDOLOS?

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

23\06\2024

TÍTULO

FILHOS OU ÍDOLOS?

TEXTO

Que a instituição familiar se encontra debaixo de profunda ameaça é um fato que poucos de nós ousariam negar. A destruição da família nos moldes estabelecidos por Deus é requisito básico para o estabelecimento de um governo mundial pautado na impiedade e no egocentrismo. Além das ameaças externas, havemos também de reconhecer as ameaças internas que colaboram para o estabelecimento deste fim: a primeira delas o menosprezo pelo significado do relacionamento marido-esposa como base de sustentação da família, o segundo a prática da paternidade centrada nos filhos como regra e alvo de vida. Que nossos ouvidos estejam abertos a verdade concernente a estes fatos.

Iniciemos pelo reconhecimento do relacionamento entre marido e esposa como central ao bem estar do lar. Lembremo-nos que o relacionamento marido-esposa é o primeiro relacionamento criado por Deus, pois somente depois dele é que vemos surgir no seio familiar relacionamentos tais como pais-filhos e entre irmãos, fato que nos é revelado no livro do Gênesis “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2.24). Este fato nos leva a segunda conclusão, que o relacionamento marido-esposa é o principal na rede de relacionamentos familiares, uma vez que todos os demais relacionamentos provêm e são resultado deste. Por esta razão é lógico concluirmos que o relacionamento marido-esposa deve ser prioritário entre os relacionamentos familiares, pois, uma vez que ocupa o primeiro lugar nos relacionamentos humanos familiares, todos os demais relacionamentos que surgem na família devem se submeter a ele. Infelizmente o que temos presenciado em nossos dias é que homens e mulheres têm abandonado seu primeiro amor um pelo outro e focalizado sua atenção extensivamente nos filhos, acabando por destruir a unidade primária na formação de uma família nos moldes estabelecidos por Deus.

A segunda grande ameaça interna a manutenção da família acaba por ser uma consequência direta desta primeira ameaça, a prática de uma paternidade centrada nos filhos tem contribuído para o enfraquecimento do núcleo familiar e para a desobediência ao mandado do Senhor Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Marcos 10.9). A principal consequência observada nesta atitude é a de quebra dos votos maritais em prol de dedicarem-se mais livremente aos filhos, de forma que esta real idolatria tem levado ao rompimento dos laços maritais que pais prometeram preservar. Algumas características em comum nos permitem perceber quando este processo está em andamento, e possivelmente o principal deles seja o fato que os pais acabam por estabelecer a felicidade de seus filhos como um alvo maior do que a santidade de vida que deveria ser vista neles. Outro fator que denuncia a prática da idolatria para com os filhos é a quase obsessiva preocupação dos pais para com a saúde psicológica de seus filhos, enquanto desprezam a saúde moral tão necessária a vida. Finalmente, este processo acaba por centralizar a criança no centro do universo familiar, ocupando um lugar que deveria ser ocupado somente e apenas por Deus. Então aquilo que o apóstolo Paulo tanto temeu acaba por se tornar a prática no lar de pessoas que se consideram cristãs “Pois estes mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador” (Romanos 1.25).

Talvez você considere esta última exortação um caso de extrema dureza, porém ao analisa-la racionalmente poderá perceber o propósito divino quanto a sua família: os filhos são uma benção e muito bem vindos a família, mas jamais devem ser tornar o centro dela. Há uma enorme diferença entre suprir as necessidades dos filhos, o que é uma lei bíblica, e centraliza-los no relacionamento familiar, o que acaba por equivaler ao pecado de idolatria.

Quão importante é que nos recordemos do precioso ensino das Escrituras “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6.4).

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