O ABATIMENTO DA ALMA E A VITÓRIA PELA GRAÇA DE DEUS

 DEVOCIONAL DIÁRIO

DATA

10\06\2024

TÍTULO

O ABATIMENTO DA ALMA E A VITÓRIA PELA GRAÇA DE DEUS 

TEXTO

O Salmo 43 em muito se parece com uma mera continuação do salmo que o antecede, seja pelo tema abordado, seja pela similaridade de conteúdo. Tal fato não nos deve passar desapercebido, nos conscientizando da constante necessidade da presença e poder do Senhor em todas as circunstâncias que vivemos. Jamais devem os santos concluir que são suficientes em si mesmos em meio as lutas e tribulações de sua jornada, a presença do Senhor será sempre imprescindível e plenamente suficiente. Façamos ouvir, pois, o clamor do salmista.

Encontramos nos salmos de lamentação duas verdades intransponíveis: as lutas do salmista jamais se findarão e seu clamor ao Senhor será sempre seu primeiro recurso contra o mal, como somos relembrados logo no início deste salmo FAZE-ME justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra a nação ímpia. Livra-me do homem fraudulento e injusto” (verso 1). É dever do salvo entender que as tribulações causadas pelos ímpios contra os filhos de Deus estarão presentes enquanto estes dois grupos antagônicos conviverem sobre a terra. Imaginar a vida sem a oposição do reino das trevas contra si mesmo é uma utopia que os servos do Senhor devem imediatamente abandonar. A esta infindável oposição soma-se a fraqueza do coração humano, lutando contra pecados internos que o procuram desviar da confiança no Senhor, como tão intimamente revela o salmista “Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitas? Por que ando lamentando por causa da opressão do inimigo?” (verso 2). Para o salmista, a debilidade de sua própria alma demonstrasse ainda mais pesada que a oposição dos ímpios. O pensamento de que fora rejeitado pelo Senhor lhe causa mais dor que os ataques malignos. Que os salvos estejam conscientes do imenso poder que reside em sua própria alma, tanto para o bem como para o prejuízo de si mesmo.

Em sua resistência contra o abatimento de sua alma, o salmista reconhece aquilo que pode lhe restaurar “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos” (verso 3). A luz e a verdade serão sempre o guia fiel dos santos a fim de conduzi-los a segurança e firmeza no Senhor, como o próprio saltério nos faz saber “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmo 119.105). Somente a santa sabedoria de Deus pode nos conduzir ao seu encontro, vencendo o abatimento e enchendo a alma de alegria, como nos revela o salmista “Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu” (verso 4). Perceba a progressão no argumento do salmista nestes dois versos, ele inicia desejando estar no monte do Senhor, para então revelar seu desejo pelos tabernáculos do Senhor e daí ao altar de Deus a quem ele reconhece “Deus, Deus meu”. Ele não se satisfez com a mera presença em um lugar santo, nem em adentrar ao santuário e dali acessar o altar, sua alma encontrou plena satisfação apenas no próprio Deus e na comunhão pessoal com ele. Que isto nos sirva de e encorajamento.

A semelhança do Salmo 42 este salmo também se encerra com a dura indagação do salmista a sua própria alma “Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim?” (verso 5). Sua resposta a si mesmo é firme e vigorosa “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face e Deus meu” (verso 5). Que entendamos que o único remédio eficaz a alma abatida é ser confrontada com a invencível certeza da misericórdia e graça de nosso Deus.

 

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