O SIGNIFICADO DE ARREPENDIMENTO QUANDO SE REFERE A DEUS
DEVOCIONAL DIÁRIO
DATA
12\06\2024
TÍTULO
O SIGNIFICADO DE ARREPENDIMENTO QUANDO SE REFERE A DEUS
TEXTO
O leitor atento das sagradas Escrituras encontrará nos escritos do Velho Testamento uma expressão que se repete em torno de quarenta vezes e que em nossa língua é traduzida pelo ato de arrepender-se. Esta palavra é relacionada a mudança ou disposição do coração, a uma mudança de mente ou de propósito ligada a mudança de conduta pessoal. Porém, ao analisarmos a maior parte dos textos onde esta palavra é usada notamos que sua aplicação está relacionada a pessoa de Deus, o que nos deve levar a uma séria inquirição dos fatos.
Primeiramente, devemos entender que a aplicação deste vocábulo a pessoa de Deus não o iguala a suas criaturas, cujo arrependimento está ligado a confissão e abandono de seus pecados, como bem o profeta Samuel proclamou “E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa” (1 Samuel 15.29). Devemos, pois, entender que as referências a atitude de arrependimento por parte de Deus em nada tem a ver com a falha ou fracasso de seus intentos, mas sim com sua resposta a mudança verificada no comportamento de suas criaturas, para o bem ou para o mal. Ao criar o homem sua imagem e semelhança Deus os criou para o louvor de sua glória, porém o pecado de tal forma desvirtuou a raça humana que o livro de Gênesis registra a mudança da atitude de Deus para com suas criaturas “Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração” (Gênesis 6.6). Deus falhou ao criar o homem? Jamais. O que este texto nos ensina é que, diante da conduta maligna do ser humano, Deus também mudou sua conduta para com eles, como exigido por sua santidade.
É bom que entendamos que esta mudança de atitude por parte de Deus pode ocorrer em dois sentidos, como primeiramente nos fala o profeta Jeremias “No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jeremias 18.8). Esta verdade pode ser claramente vista na atitude do Senhor para com o povo de Nínive, como descrito no livro do profeta Jonas “E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez” (Jonas 3.10). Porém a mesma verdade se aplica também a uma mudança de comportamento em direção a impiedade “No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria” (Jeremias 18.10).
Tais questões devem conduzir a mente dos homens a compreensão de verdades essenciais quanto a relação entre eles e Deus. Em primeiro lugar, a conduta de Deus para com os homens pecadores demonstra sua imensa misericórdia, cuja razão encontra-se apenas em Deus, razão pela qual o pecador é chamado ao verdadeiro arrependimento “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Joel 2.13). Porém, há um limite quanto as oportunidades concedidas por Deus aos homens antes de serem definitivamente chamados a juízo, como bem nos ensina o profeta Jeremias “Tu me deixaste, diz o Senhor, e tornaste-te para trás; por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; já estou cansado de me arrepender” (Jeremias 15.6).
Que todos deem ouvidos a esta tremenda verdade.
Comentários
Postar um comentário