Sermão TRÊS FORMAS DE AUTO-SABOTAGEM ESPIRITUAL (texto na íntegra)

TEMA

VIDA CRISTÃ; MATURIDADE

TÍTULO

TRÊS FORMAS DE AUTO-SABOTAGEM ESPIRITUAL

TEXTO

 Efésios 5.8 “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”.

INTRODUÇÃO:

Primeiramente esta mensagem não aborda aqui o que a psicologia, e principalmente Freud, aborda sobre a condição daqueles que agem em prejuízo próprio a fim de não usufruírem do sucesso, que é quando a pessoa contribui inconscientemente para que as coisas deem erradas.

A condição que tratamos aqui é a de um crente que tem ciência de pecados específicos em sua vida mediante a ação da Palavra e do Espírito em sua consciência.

Este crente sabe que precisa tomar uma atitude diante de sua condição, ele não precisa ser convencido disto.

Ele pode ser qualificado na classe daqueles que dizem “estou resolvendo meus problemas”, ou seja, ele está ciente e decidido a fazer alguma coisa, porém suas atitudes não são o tipo de atitude de quem realmente resolverá a questão.

Este crente está se auto sabotando.

Ele pode até aceitar ser exortado, pode vir ao altar constrangido por seus pecados, pode tomar uma resolução firme e estar convicto sobre sua situação. Mas ele é um auto sabotador.

Suas próprias atitudes o impedem de solucionar o problema e seguir em diante. Sua atitude de “estou resolvendo” é sincera, porém as ações tomadas pesam contra ele próprio e contra a solução do problema.

Veja três atitudes de um auto sabotador espiritual:

I)                  PROCRASTINAR A OBEDIÊNCIA A UM MANDAMENTO BÍBLICO ESPECÍFICO

Não é estranho aos crentes ter conhecimento de ordens especificas e claras da Palavra de Deus sobre o que devem fazer.

Grande parte de nós não tem dúvida sobre o que Deus deseja de forma específica.

O caso é que protelamos, adiamos o máximo possível obedecer a vontade específica de Deus.

É assim que tratamos de nossos problemas

Ø  Financeiros

Ø  ministeriais

Ø  de desentendimentos pessoais

Ø  de nossas rusgas no casamento

Ø  de amargura e ressentimento

 

Veja alguns argumentos que usamos para legitimar essa nossa atitude:

Ø  Alguns argumentam que estão orando e esperando a melhor oportunidade de resolver a questão.

O caso é que suas orações não serão ouvidas enquanto você não tratar de obedecer de forma perfeita a vontade de Deus.

Ø  Usamos o argumento que não acrescentamos mais nenhum pecado a nossa lista

Normalmente crentes nesta condição argumentam “Ainda não cumpri o que devo fazer, mas também não fiz nada mais de errado”.

Ø  Argumentamos que estamos tratando de algumas dificuldades para então tratar deste “problema específico”.

Estes creem que estão deixando as arrestas aparadas para então tomar a atitude que sabem que devem tomar.

APLICAÇÃO:

A real situação destas pessoas é tornada clara pelo Senhor Jesus

Lucas 6.46 “E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?”.

a.    O protelar da obediência pode levar a momentos de angústia

Jonas 2.1,2 “E OROU Jonas ao Senhor, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre da sepultura gritei, e tu ouviste a minha voz”.

Jonas foi o maior sabotador de seu próprio ministério, ninguém causou tanto mal a si mesmo como este profeta.

b.    Todos os exemplo que a Bíblia trás de pessoas que protelaram a necessária obediência são maus

Ø  As virgens néscias de Mateus 25 ficaram de fora

Ø  Acã (Josué 7) esperou até o último instante para confessar seu pecado e isso custou a vida de toda sua família.

Ø  Ló (Gênesis 19) protela tanto a sua saída de Sodoma que os anjos precisaram pega-los pela mão e retira-los dali.

O problema está em que formamos maus hábitos, ficamos esperando o último instante para agirmos, quando o que precisamos fazer é cumprir imediatamente o que Deus nos manda.

II)               RESPONSABILIZAR OUTROS PELOS MEUS PRÓPRIOS PECADOS

Novamente temos diante de nós um crente que não precisa ser convencido de seus pecados, ele sabe onde errou. O caso aqui é que ele criou mecanismos que justificam suas más ações.

Tais pessoas concordam que estão erradas, mas sua visão de responsabilizar outros a impedem de assumir sua própria parcela de culpa e sua imensa necessidade de misericórdia.

Por vezes as ouvimos argumentar:

“Estou pronto a consertar isso desde que fulano também esteja”.

“Estou pronto a sofrer as consequências de meus erros, desde que ciclano também pague por seus pecados”.

“Porque o pastor está apontando o dedo pra mim enquanto tem um monte de gente nesta igreja que é até mais culpada que eu”.

“Estou pronto a confessar este meu pecado, desde que meu marido/esposa reconheça que a causa disto é ele/ela”.

Estas pessoas estão sabotando a si mesmas, desejam resolver questões pecaminosas a sua maneira e não a maneira de Deus.

PRETENDEM SER RÉUS E JUÍZES DE SEUS PRÓPRIOS TRIBUNAIS.

HÁ CRENTES QUE ACREDITAM NA DELAÇÃO PREMIADA DE PECADOS.

Acreditam que quanto mais gente eles envolverem nos seus enroscos pecaminosos melhor pra eles.

a.      Justificam seus pecados pelo desejo e vontade de outras pessoas

O caso do rei Saul, que recebera uma ordem clara de destruir completamente os amalequitas e não o fez.

1 Samuel 1514,15 “Então disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este aos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço? E disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao Senhor teu Deus; o resto, porém, temos destruído totalmente”.

Saul RELATIVIZA A SERIEDADE DE SEU PECADO E RESPONSABILIZA OUTROS POR AQUILO QUE É RESPONSABILIDADE DELE.

Saul é o maior sabotador de seu próprio reino, ele faz o que o povo quer, não o que o Senhor manda.

b.      Responsabilizam outros como causa dos pecados que eles mesmos cometeram.

A desobediência de Adão e Eva

Gênesis 3.11 a 14 “E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu: Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E Disse o Senhor Deus a mulher: Porque fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Então disse o Senhor a serpente...”

Adão e Eva não negam seu pecado, eles TERCEIRIZAM A RESPONSABILIDADE PELOS SEUS PECADOS.

c.       Consideram-se justos por gozarem de privilégios espirituais

Romanos 2.1 “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo”.

Aqui os judeus haviam ouvido a pregação de Paulo e estavam concordando com ele a respeito da condenação dos gentios como pecadores.

Os judeus consideravam que a posse da lei, a existência do templo e da cidade de Jerusalém, assim como o sinal da circuncisão, eram razões suficientes para faze-los diferentes dos demais homens e inculpáveis diante dos mesmos pecados.

Os judeus colocaram pesos diferentes sobre os mesmos pecados cometidos por pessoas diferentes.

Eles QUALIFICARAM O PECADO DE ACORDO COM A PESSOA.

d.      Escondem seus pecados enquanto revelam e exigem castigo dos pecados alheios.

O caso dos líderes judeus que apanharam uma mulher em adultério e desejam a concordância de Jesus para apedreja-la.

João 8.7 “E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”.

A diferença entre o pecado daqueles homens e o pecado daquela mulher estava no fato de que o pecado deles estava encoberto e o dela revelado a face de todos. Mas ambos eram pecadores.

Eu saboto a mim mesmo quando julgo pecados pela MORALIDADE E NÃO PELA SANTIDADE.

III)            TENTAR PARAR GRADUALMENTE DE COMETER ALGUM PECADO ESPECÍFICO

Novamente temos diante de nós alguém que não precisa ser convencido de seus pecados, ele sabe e reconhece suas faltas.

O problema está na forma que tal cristão decide ser a melhor para resolver a questão: ao invés de uma abordagem bíblica tal pessoa adota uma abordagem psicológica na resolução de problemas, abordagem do tipo não dramática.

Em nenhum momento a Palavra de Deus recomenda este tipo de atitude, pelo contrário:

1 Coríntios 6.18 “Fugi da fornicação”.

1 Corintios 10.14 “Fugi da idolatria”.

O que leva um cristão a tomar este tipo de atitude:

1. apego ao pecado

Romanos 13.14 “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e NÃO TENHAIS CUIDADO DA CARNE EM SUAS CONCUPISCÊNCIAS”.

2. falta de discernimento

1 Tessalonicenses 5.22 “Abstende-vos de toda a aparência do mal”.

3. consideram-se mais fortes e maduros que os demais

Mateus 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.

a.      A necessidade de uma ação radical

Mateus 5.29,30 “..se o tu olho direito te faz tropeçar, ARRANCA-O...se a tua mão direita de escandalizar, CORTA-A..”.

A ação visa resolver DEFINITIVAMENTE o problema com um pecado específico.

b.      A necessidade de uma ação específica

Mateus 5.29,30 “..se o teu OLHO DIREITO te faz TROPEÇAR, arranca-o...se a tua MÃO DIREITA te ESCANDALIZAR, corta-a..”.

A ação ocorre ONDE você tropeça, na área ONDE você tende a causar escândalo.

c.       A necessidade de reconhecer a própria fraqueza

Mateus 5.29,30 “...se o tu olho direito te faz tropeçar, ARRANCA-O...se a tua mão direita de escandalizar, CORTA-A..”.

A ação ocorre para que o que te leva a pecar seja tirado de diante de você

Assim, reconhecemos nossa debilidade diante das tentações e a necessidade de tomarmos urgentemente atitudes preventivas;

CONCLUSÃO

Efésios 5.15 a 17 “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”.