DEVOCIONAL DIÁRIO 25\09\2022 TÍTULO O SALMO 82 E O JULGAMENTO DE DEUS SOBRE OS INJUSTOS

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

25\09\2022

TÍTULO

O SALMO 82 E O JULGAMENTO DE DEUS SOBRE OS INJUSTOS

TEXTO

Desde a entrada do pecado no mundo a injustiça tem sido a grande mancha na história da humanidade, o que em breve será mudado pela manifestação daquele que é eternamente justo.

Encontramos no Salmo 82 algumas das mais intrigantes expressões do saltério, as quais tem sido causa de extensa discussão neste salmo litúrgico que trata do julgamento de Deus sobre seres que devemos procurar entender quem são. Tudo isto se dá pela expressão encontrada no verso primeiro DEUS está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses” (verso 1). As palavras Deus e deuses encontradas neste verso são a tradução das palavras hebraicas Elohim, que significa o poder, referindo-se aquele que preside o concílio dos elohim, ou seja, dos poderosos. Desta forma encontramos três interpretações diferentes quanto a quem seriam esses poderosos. Uma destas interpretações julga que este termo se refere aos anjos, outra interpretação aponta que os poderosos aqui trata-se de uma referência aos deuses pagãos, que de forma poética seriam aqui mencionados a fim de destacar a verdade que o Senhor é o único e verdadeiro Deus. Uma terceira interpretação entende a expressão deuses como uma referência as autoridades humanas constituídas, na forma como revelado pelo apóstolo Paulo em sua epístola aos romanos “TODA a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Romanos 13.1).

Ao utilizarmos esta interpretação de que aqueles a quem o salmista se refere como deuses são na realidade os governantes estabelecidos por Deus em meio as nações, os versos seguintes revelam uma dura reprimenda de Deus contra as práticas destes governantes injustos, assim como uma ordem a fim de que modifiquem suas ações “Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios” (versos 2 a 4). O salmista reconhece que o grande mal praticado por estes injustos governantes se dá pelo fato que eles não possuem o conhecimento de Deus, de forma que as nações da terra gemem debaixo de sua injustiça “Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam” (verso 5).

Os versos 6 e 7 novamente nos coloca debaixo de expressões difíceis “Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo. Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes” (versos 6,7). É preciso reconhecer que o próprio Senhor Jesus utilizou esta expressão ao responder a acusação dos fariseus no décimo capítulo do evangelho segundo João “Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia e porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?” (João 10.33,34). A intenção de Jesus aqui é clara, Ele reconhece que o uso de deuses no Salmo 82 é uma referência aos governos humanos, que evidentemente não eram divindades, mas que por atuar como ministros de Deus eram nominados como deuses, ou seja, detentores do poder. Assim os judeus entenderam que Jesus, ao reconhecer-se igual a Deus, se colocava em pé de igualdade com o Pai, razão pela qual decidiram mata-lo.

O problema da injustiça é finalmente tratado pelo salmista ao reconhecer que apenas a manifestação de Deus neste mundo poderá eficazmente dar fim a este tão horrendo mal “Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois tu possuis todas as nações” (verso 8). Que aguardemos firmemente a manifestação de nosso Deus.

 

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